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NOVIDADES
O primeiro estudo de impacto das nanopartículas sobre a biologia e a ecologia do solo não mostra qualquer efeito negativo das mesmas. Estes resultados, obtidos por cientistas americanos da Universidade de Purdue, Indiana (EUA), fornecem novos elementos de resposta sobre os riscos ambientais ligados às nanotecnologias, ainda bastante difíceis de apreender. A produção cada vez maior de nanopartículas pelas indústrias coloca sérias interrogações quanto aos riscos sanitários e ambientais a elas relacionados. O solo, ambiente vivo com papel primordial nos ecossistemas terrestres, poderia até ser afetado pelos eventuais efeitos ecotoxicológicos desses compostos, perturbando os ciclos biogeoquímicos a ele associados. Em estudo publicado no número de 15 de abril da Environmental Science and Technology, a equipe de Ron Turco, à primeira vista, se mostra tranqüila: interessando-se pelo impacto de diferentes concentrações de nanopartículas do tipo fulerenos sobre a sobrevida de microorganismos do solo, não observa nenhuma incidência negativa sobre essa microflora. Coletando diferentes amostras de solo em pleno campo, os pesquisadores as misturaram aos fulerenos. Estas nanopartículas foram acrescentadas em concentrações de 1 ppm (parte por milhão) ou de 1000 ppm, sob forma anidra ou em presença de água. Amostra de solo. Créditos: MOFGA
Se as nanopartículas tivessem apresentado toxicidade, os pesquisadores teriam notado uma baixa da taxa do CO2 emitido [1], devido à atividade enzimática do solo [2], assim como um empobrecimento das comunidades bacterianas. Ora, não foi o que se deu! Uma constatação tranqüilizadora do Professor Turco: "Os fulerenos podem eventualmente se encontrar no solo, portanto, é bom que se saiba que eles não afetam os seus microorganismos", comenta ele. "Pensamos que observaríamos um efeito negativo devido aos fulerenos, em particular em concentrações de 1000 ppm, mas, para nossa grande surpresa, nossos dados não mostram nenhum efeito danoso sobre a microbiologia do solo". Outros estudos tinham, por seu lado, relatado uma toxicidade das nanopartículas sobre os microorganismos e concluído sobre seu perigo para a flora e a fauna do solo. Frente aos resultados precedentes, a equipe de Turco se mostra bastante crítica: "Os estudos que mostraram um efeito negativo dos fulerenos são certamente importantes e necessitam investigações suplementares, dado que foram realizados a partir de culturas purificadas. Não se pode observar o efeito das nanopartículas de origem industrial em um meio isolado. É preciso estudá-las em um ambiente natural, onde outros compostos podem interagir com elas". Ainda que esse estudo represente um avanço sensível em matéria da avaliação do risco ambiental das nanotecnologias, ele continua limitado a um único tipo de composto estudado, no caso, os fulerenos. Não é possível, portanto, extrapolar esses resultados ao conjunto das nanopartículas atualmente fabricadas pela indústria. Os pesquisadores da Universidade de Purdue prosseguem, daqui para frente, realizando seus trabalhos utilizando diferentes nanoestruturas, a fim de melhor discutir seus efeitos sobre a ecologia do solo. [1] Em resposta à redução da assimilação de nutrientes pelas bactérias heterótrofas. [2] As bactérias do solo produzem exoenzimas, a fim de degradar a matéria orgânica presente em seu meio ambiente. Spectrosciences, 06 avril, 2007 (Tradução - MIA). Nota do Scientific Editor: o trabalho original ao qual se refere esta notícia, de autoria de Zhonghua Tong, Marianne Bischoff, Loring Nies, Bruce Applegate e Ronald F. Turco, intitulado "Impact of Fullerene (C60) on a Soil Microbial Community", foi publicado na revista Environmental Science and Technology, volume 41, número 8, p. 2985-2991, de 2007. Nota do Managing Editor: a ilustração que figura nesta notícia não faz parte da matéria original e foi obtida em www.google.com. Assuntos conexos: Mitsubishi se lança na produção de fulerenos de carbono. Mais uma sobre os fulerenos: medicamento contra câncer e AIDS. Peixes "sentem na pele" os efeitos da nanotecnologia. Uma no cravo outra na ferradura : fulerenos poderão ser usados para inibir câncer de pele! |
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