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Tumores minúsculos não podem mais "se esconder" !

Pesquisadores americanos desenvolveram uma nova técnica de imageria médica, capaz de aumentar mil vezes os detalhes internos do corpo humano e, portanto, detectar tumores bem menores, os quais os métodos à disposição não permitiam detectar.

Tal técnica, baseada na espectroscopia Raman, aumenta o campo da imageria molecular. "Trata-se de um novíssimo gênero de imageria que não se parece com nada do que existia anteriormente" em medicina, sublinha Sanjiv Sam Gambhir, professor de radiologia na Universidade de Stanford (Califórnia, EUA) e principal autor do estudo publicado nos Anais da Academia Nacional Americana de Ciências (PNAS).

O efeito Raman, descoberto nos anos vinte por um físico indiano, é um fenômeno óptico pelo qual um meio pode espalhar a luz modificando ligeiramente sua freqüência. Amplamente utilizada na indústria e na pesquisa, a espectroscopia Raman permite caracterizar a composição molecular e a estrutura de um material.

Mas é a primeira vez, segundo o pesquisador, que ela é adaptada para fornecer imagens do interior do corpo humano.

Os sinais emitidos, graças à espectroscopia Raman, são mais potentes e mais persistentes que aqueles dos métodos disponíveis e o tipo de partículas utilizadas pode fornecer informações sobre vários alvos moleculares simultaneamente, explica Sanjiv Sam Gambhir.

"Geralmente, podemos medir uma ou duas coisas por vez. Aqui, isso nos permite ver dez, vinte ou trinta coisas ao mesmo tempo", prossegue o pesquisador.

Nanopartículas, que servem de probes, são injetadas no corpo do paciente. Quando a luz do raio laser enviado de uma fonte exterior as encontra, essas partículas emitem sinais que podem ser medidos e convertidos em um marcador visível, que define sua posição no organismo.





Avaliação de um experimento de multiplexagem. (a) Espectro Raman após a primeira injeção das nanopartículas S440 SERS. O software assinala a cor vermelha para esse tipo particular de espectro Raman. (b) Espectro Raman obtido para a segunda injeção de nanopartículas S440. O software assinala a cor verde para esse espectro Raman. (c) Espectro Raman obtido para a terceira injeção de uma quantidade igual de S421 e S440. Verifique que esse espectro representa uma mistura de ambos os espectros individuais, como se eles tivessem sido superpostos. Como resultado, a cor amarela é calculada pelo software de análise, representando uma mistura das nanopartículas vermelha (S421) e verde (S440) no mapa situado à direita (Para maiores detalhes veja artigo citado no final da notícia).

Créditos: PNAS



O autor compara o desenvolvimento dessa nova técnica de imageria médica, de grande performance, barata e fácil de utilizar, à tomografia por emissões de pósitrons (partículas microscópicas emitidas por uma substância radioativa administrada ao paciente), ou TEP, utilizada diariamente nos hospitais para detectar um câncer ou estudar os efeitos de um tratamento. Sanjiv Sam Gambhir e sua equipe testaram essa técnica inicialmente em ratos, injetando-lhes nanopartículas "bombardeadas" por um feixe laser, que puderam seguir em sua migração até os rins do animal.

Um teste clínico está previsto para testar a técnica em humanos, com nanopartículas de ouro, a fim de determinar sua possível utilização no diagnóstico do câncer de cólon, ainda em estágio pouco avançado, em associação com uma coloscopia.

AFP, March 31, 2008 (Tradução - MIA).


Nota do Managing Editor: o artigo que deu origem a esta notícia, intitulado "Noninvasive molecular imaging of small living subjects using Raman spectroscopy", de autoria S. Keren, C. Zavaleta, Z. Cheng, A. de la Zerda, O. Gheysens, and S. S. Gambhir, foi publicado na revista Proc. Natl. Acad. Sci. USA, 10.1073/pnas.0710575105, on line, em 31 de março de 2008. Clique aqui.


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