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NOVIDADES
Desde o Século XVIII, numerosos compostos de arsênico foram utilizados como medicamentos. Tais compostos são eficazes, mas ninguém sabe verdadeiramente como funcionam. Elemento de cor cinza, de símbolo As, número atômico 33 e peso atômico 75, o arsênico está amplamente presente no nosso ambiente, principalmente sob a forma de arsenatos metálicos. Sua presença na água provém da dissolução de rochas e de minerais: em certas regiões, as águas subterrâneas às vezes contêm quantidades importantes, em virtude da erosão. O arsênico, que intervém em um grande número de reações químicas, é um elemento indispensável ao homem. Mas é igualmente um veneno conhecido há milhares de anos. A intoxicação aguda acarreta vômitos, dores esofagianas e abdominais, além de diarréias sanguinolentas, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). A exposição prolongada ao arsênico presente na água potável está na origem de cânceres da pele, do pulmão, da bexiga e do rim, bem como de outras mudanças cutâneas tais como as modificações de pigmentação. Não obstante isso, o arsênico é igualmente empregado como medicamento, com maior ou menor sucesso, há algumas centenas de anos. Curiosamente, a aplicação mais eficaz parece ser o tratamento de uma forma particular de leucemia: a leucemia promielocitária aguda, ou APL, uma forma rara de câncer do sangue e da medula óssea. O composto ATO (ATO, para arsenic trioxide), freqüentemente prescrito no tratamento de certos tipos de câncer, é geralmente utilizado para tratar pacientes que resistem a outros medicamentos, ou que sofrem uma recaída. Em 1992, foi identificado como vetor-ativo na medicina tradicional chinesa. Trióxido de Arsênico (embalagem antiga). Créditos: SureCureAntiques
"A descoberta de moléculas implicadas nesse processo representa um grande passo na compreensão desse complexo paradoxo - como um produto químico que provoca o câncer pode igualmente curá-lo?", comenta a Dra. Lesley Walker, diretora de informação sobre o câncer, da organização britânica Cancer Research UK, que co-financiou o estudo. "Essa descoberta científica importante, esperamos, levará ao desenvolvimento de medicamentos melhorando o conhecimento das proteínas específicas responsáveis pelo câncer, a fim de vencer a doença", acrescenta ela. Nouvelobs (http://tempsreel.nouvelobs.com/), consultado em 14 de maio de 2008 (Tradução - MIA). Nota do Scientific Editor: esta notícia esta baseada no artigo intitulado: "Arsenic degrades PML or PML-RARalpha" through a SUMO-triggered RNF4/ubiquitin-mediated pathway", de autoria de V. Lallemand-Breitenbach, M. Jeanne, S. Benhenda, R. Nasr, M. Lei, L. Peres, J. Zhou, J. Zhu, B. Raught, H. de Thé, publicado na revista Nature Cell Biology, volume 10, págs. 547-555, de maio 2008. Assuntos Conexos: |
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