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Torrefação : do café à produção de biocombustíveis.

A torrefação, procedimento utilizado para torrar os grãos de café, poderá aumentar até 20% o conteúdo energético das principais culturas britânicas.

Efetivamente, cientistas da Faculdade de Ciências da Engenharia, da Universidade de Leeds, voltaram-se para o comportamento, quando da combustão, após a torrefação, de plantas cultivadas especialmente para a produção de energia.

A torrefação é um procedimento pirolítico suave, desenvolvido em condições inertes que extrai a umidade, causa uma decomposição endotérmica parcial das paredes celulares e altera a estrutura química dos polímeros da biomassa. Esse procedimento tem o mérito de criar um produto sólido mais fácil de estocar, transportar e triturar que a biomassa bruta. Ele melhora igualmente as propriedades da biomassa, no que diz respeito às técnicas de tratamento termoquímico para a produção de energia (por exemplo, a combustão, a co-combustão com carbono ou a gaseificação).

Os pesquisadores de Leeds examinaram a torrefação sob hidrogênio de duas plantas energéticas (o alpiste e as matas de salgueiro de crescimento rápido) e de um resíduo agrícola (a palha de trigo). Foram aplicadas diferentes condições de torrefação, a fim de otimizar o procedimento para os três combustíveis. Os progressos da torrefação foram igualmente acompanhados por análise química. (os elementos carbono, hidrogênio, nitrogênio, oxigênio e cinzas): os pesquisadores puderam constatar que as características dos biocombustíveis começavam a se assemelhar àquelas dos carvões de baixo grau de hulheização. Além disso, os resultados indicam que o composto volátil da biomassa é ao mesmo tempo reduzido e alterado: os cientistas obtêm, portanto, um produto termicamente mais estável, caracterizado por calores de reação maiores durante a combustão. O comportamento quando da combustão das plantas brutas e torradas foi estudado por análise térmica diferencial e, no caso do salgueiro, suspendendo partículas individuais em uma chama de metano-ar e seguindo o processo de combustão através da gravação em vídeo.




Salgueiro

Creditos: Wikipedia


Os resultados obtidos demonstraram que as plantas tratadas necessitam um menor tempo e energia para atingir a temperatura de inflamabilidade, mas também que apresentam rendimentos energéticos aumentados quando da combustão. O salgueiro, em particular, demonstrou propriedades mais interessantes : trata-se da planta que conservou o máximo de sua massa quando da torrefação e que apresentou os melhores rendimentos energéticos. Seu rendimento energético pôde atingir 86%, contra 77% para a palha de milho e 78% para o alpiste.

Enfim, exposto a uma chama de metano-ar, o salgueiro torrado se inflama mais rapidamente, provavelmente, segundo os pesquisadores, porque seu baixo teor de umidade implica em que ele aqueça mais rapidamente. As partículas torradas iniciam igualmente a combustão dos resíduos carbonados mais rapidamente que as partículas brutas de salgueiro, ainda que essa combustão seja mais lenta para as partículas torradas.

Conforme os pesquisadores de Leeds, a torrefação atualmente não é utilizada no Reino Unido, quer seja no setor agrícola ou no setor de energia, ainda que o método apresente muitas vantagens, e não apenas em termos de estocagem. Trata-se, portanto, de uma interessante possibilidade que desejariam explorar futuramente. Os trabalhos foram, até o momento, subvencionados pelo consórcio Supergen Bioenergy.

Enerzine, 18 juin, 2008 (Tradução - MIA).


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