Um grupo de pesquisadores do Centro de Pesquisa de Materiais do CENIMAT, da Universidade de Nova Lisboa (Portugal), conseguiu produzir pela primeira vez transistores sobre uma camada de papel, descoberta cujos resultados poderão ser aplicados no campo da eletrônica descartável, a baixos custos.

Já presente como suporte possível de componentes eletrônicos, é a primeira vez que o papel é utilizado como parte integrante do transistor. Elvira Fortunato, coordenadora da equipe, explica: "conseguimos demonstrar que uma simples folha de papel pode ao mesmo tempo ser utilizada como suporte físico de um transistor e também como isolante elétrico. Isso se tornou possível porque a tecnologia que desenvolvemos funciona à temperatura ambiente e que é um processo físico compatível com substratos celulósicos, a base das folhas de papel".

Numa abordagem inovadora, foram fabricados dois transistores de filme fino nos quais uma das camadas - o dielétrico - é uma simples folha de papel.

Créditos: Universidade Nova Lisboa

Os testes realizados em laboratório mostraram que esses dispositivos são tão competitivos quanto os melhores transistores de filmes finos baseados em óxidos semicondutores. As aplicações possíveis de tal tecnologia são variadas: telas de papel, etiquetas de embalagens inteligentes, chips de identificação ou aplicações medicinais, tais como biossensores.

Universidade Nova Lisboa (www.cenimat.fct.unl.pt), consultado em 17 de agosto de 2008.

Nota do Scientific Editor: o artigo, intitulado "High Performance Flexible Hybrid Field Effect Transistors based on Cellulose Fiber-Paper", de autoria de E. Fortunato, N. Correia, P. Barquinha, L. Pereira, G. Gonçalves and R. Martins, será publicado no volume 29, número 9, págs. 988-990, da revista Electron Device Letters, IEEE.

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