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NOVIDADES
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) conseguiu uma vitória científica aguardada há tempos por representantes da comunidade internacional e pelo Governo brasileiro: a produção do genérico do anti-retroviral Efavirenz. É o primeiro medicamento antiaids fabricado no País após a quebra de patente. Na terça-feira (16/09), a Fiocruz protocolou na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) o pedido do registro da versão genérica do remédio, cuja patente foi quebrada em maio de 2007. A expectativa é de que o Programa Nacional de DST e Aids incorpore a versão nacional do medicamento tão logo os primeiros lotes estejam disponíveis, no primeiro semestre de 2009. O Efavirenz é um dos 17 remédios que compõem o coquetel - drogas associadas inibem a reprodução do HIV no sangue. Efavirenz Créditos: Wikipédia
Antes da quebra de patente, o País gastava cerca de R$ 90 milhões com a compra do remédio, usado por 77 mil pacientes. Com a aquisição do genérico produzido na Índia, a economia superou os R$ 25 milhões anuais. Agora, a agilidade da produção vai depender da análise do pedido de registro, sob responsabilidade da Anvisa. Como é de interesse público, o processo terá prioridade na avaliação. Os estoques do genérico indiano do Efavirenz duram até meados de 2009. A idéia é que, terminado o estoque, a Fiocruz possa abastecer toda a demanda nacional como produto fabricado no País. Temporão ainda não fala de preços. Mas garante que o genérico do Efavirenz terá um custo "competitivo" com o medicamento que hoje é importado da Índia. "Mesmo que (o preço) seja um pouco superior, a estratégia é importante. Reforça a indústria nacional, dá independência ao País", justificou o ministro. O preço do medicamento da Fiocruz, disse Temporão, "será infinitamente menor do que o remédio de marca", produzido pela Merck. O ministro acredita ainda que a produção do remédio traz boas perspectivas para a indústria nacional. "É uma aposta na parceria público-privada que deu certo", disse. O remédio é feito em conjunto com três laboratórios nacionais: Cristália, Nortec e Globequímica. As empresas ficaram encarregadas de produzir a matéria-prima e a Fiocruz, o produto final. "O Brasil é outro", resumiu. Na avaliação de Temporão, no cenário internacional, o País deixa de ser considerado um comprador para iniciar outro tipo de relação. "A de parcerias, produção em conjunto. Queremos que empresas venham aqui desenvolver produtos", afirmou. O Estado de S. Paulo, 17 de setembro de 2008. Nota do Managing Editor: a ilustração apresentada não consta da matéria original e foi obtida em http://en.wikipedia.org/wiki/Efavirenz. Nota do Scientific Editor: o LQES - Laboratório de Química do Estado do IQ-Unicamp, desde o início do projeto, participa deste esforço provendo serviços técnico-científicos especializados dentro da perspectiva de "polymorph screening". |
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