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Rede de comunicação securizada por criptografia quântica diz a que veio !

A física quântica vai bem! Quarenta grupos de pesquisa europeus, russos e canadenses, reunidos no projeto europeu SECOQC, acabam de fazer em Viena (Áustria) a mais espetacular demonstração. Realizaram uma rede de comunicação securizada, graças aos princípios fundamentais da teoria quântica. Essa rede contém mais de 200 km de fibras óticas padrão já instaladas na cidade. Ela é constituída de seis nós religados entre si por oito ligações longas de 60 a 80 km.

Nada menos que seis sistemas diferentes de criptografia foram usados para a demonstração vienense. Um se serviu de vias aéreas, ao invés de fibras enterradas. Tal sucesso se constituiu num verdadeiro show. Em alguns locais da empresa Siemens, os espectadores puderam ver, em tela grande, a projeção de um filme de animação em imagens de síntese e uma videoconferência entre os diferentes nós da rede distribuídos pela cidade. Para provar que tudo funcionava, além de esquemas coloridos sobre os quais desfilavam números, o apresentador até mesmo fez telefonemas, graças à rede. Numa exibição de performance, uma invasão foi feita diretamente e no mesmo instante detectado: as comunicações nesse momento mudaram de caminho...


Bolhas de sabão

Para as transmissões securizadas, pesquisadores e industriais não enviam diretamente mensagens criptografadas nas fibras. A equipe suíça de Nicolas Gisin (Universidade de Genebra), membro do projeto, gosta de explicar a técnica de criptografia quântica fazendo alusões a... bolas de tênis e bolhas de sabão. Se uma mensagem é escrita em uma bola de tênis, basta interceptar a bola, ler a informação escrita sob sua forma de "0" e de "1", e após isso reenviá-la para o receptor. É um processo clássico.





Visão artística da rede de criptografia quântica testada em Viena.

Créditos: Austrian Research Center.



Ao contrário, em mecânica quântica, os portadores de informação são grãos de luz, os fótons. Eles não são nem os "0" nem os "1", mas os dois ao mesmo tempo! Além disso, se aprisionados como bolhas de sabão, são destruídos porque seu estado quântico é modificado. A informação é, por conseguinte, perdida. Assim, o receptor é imediatamente alertado da "escuta" e, por exemplo, pode mudar de canal. A mecânica quântica já nos forneceu os lasers para leitura de DVD ou os transistores de microprocessadores. Entretanto, a criptografia foi a primeira a utilizar essa propriedade de superposição de dois estados, especificidade do mundo quântico.

Mesmo que alguns protocolos já tenham demonstrado, em laboratório, sua exeqüibilidade - principalmente aquele de Anton Zeilinger, na Universidade de Viena -, ou mesmo comercialmente, é a primeira vez que funcionam juntos sobre uma rede. Essas aplicações interessam aos bancos e às grandes empresas para proteger, por exemplo, suas transmissões quotidianas de dados sensíveis entre diferentes servidores.


Impedir a rota dos piratas

A União Européia financiou esse projeto durante quatro anos por mais de onze milhões de euros (com um orçamento de dezesseis milhões). Além de laboratórios públicos de pesquisa, oito empresas associadas, entre elas a Siemens, a Thales, a Toshiba e a IdQuantique (uma empresa suíça que já comercializa tais sistemas).

A tecnologia, portanto, está pronta, mas sofre ainda de algumas falhas. As "chaves" não podem viajar nas fibras por mais de 100 quilômetros. As taxas de transmissão são ainda lentas, idênticas àquelas de um modem dos anos 80 (alguns milhares de bits), o que impede a transmissão vídeocriptografada direta. Enfim, se a mecânica quântica garante a segurança das ligações, não é capaz ainda de assegurar aquela dos nós, onde se fazem a estocagem das chaves e os cálculos de decodificação/codificação. E aí onde os piratas atacam... Esforços tecnológicos e de pesquisa fundamental são, pois, ainda necessários.

Nouvelob, 09 outubro, 2008 (Tradução - MIA).


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