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A elevação de investimentos feitos pelo Governo em ciência e tecnologia deve ser acompanhada de maior participação do setor privado em pesquisa e desenvolvimento. Esse foi um dos principais pontos ressaltados pelos participantes de audiência pública promovida sobre o tema, no dia 29 de outubro, pela Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT) do Senado. O Brasil investe atualmente cerca de 1% de seu Produto Interno Bruto (PIB) em ciência e tecnologia, segundo informou o presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Marco Antonio Zago. É o País que mais dedica recursos ao setor na América Latina, acrescentou, tanto em relação ao PIB como em valores absolutos. Mas ressaltou que 80% das pesquisas encontram-se nas universidades. Marco Antonio Zago, Presidente do Conselho de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, CNPq. Créditos: Jornal Unicamp.
"Se queremos usar a ciência e a tecnologia para o desenvolvimento, esse quadro deve mudar. Precisamos de mais pesquisadores no setor produtivo", afirmou Zago. "A ciência e a tecnologia estão ligadas ao desenvolvimento", completou. O presidente do CNPq apresentou as prioridades do Governo para o período de 2007 a 2010, como a formação de recursos humanos, o apoio à inovação tecnológica nas empresas e o estímulo a setores como biotecnologia, nanotecnologia, biodiversidade e recursos naturais. De acordo com o presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Marco Antonio Raupp, os cientistas estão "sensibilizados" com os avanços feitos no setor durante o atual Governo. Entre eles, como mencionou, a integração da ciência e da tecnologia com a formulação de políticas nacionais de desenvolvimento. O presidente da SBPC considerou, porém, "crucial" o aumento dos investimentos privados em pesquisa. Marco Antonio Raupp, Presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, SBPC. Créditos: SBPC.
"Se estamos satisfeitos, também nos encontramos preocupados, pois estão chegando as nuvens escuras da crise internacional. É preciso que se estimule a inovação dentro das empresas. Não temos muita tradição nisso, mas já contamos com exemplos", afirmou Raupp, citando entre os exemplos de sucesso as atividades de pesquisa da Petrobras, da indústria aeronáutica e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Formação Além de aumentar o número de pesquisadores, sugeriu o presidente do CNPq, o País também deveria rever suas prioridades. Ao traçar um quadro comparativo com a China, ele observou que a principal ênfase do país asiático está na formação de recursos humanos ligados à engenharia, enquanto no Brasil a engenharia ocupa apenas o quinto lugar, atrás de áreas como medicina e agricultura. "Precisamos não apenas formar mais pessoas, como também mudar um pouco o perfil dos cientistas e tecnólogos formados no Brasil", ressaltou Zago. Agência Senado, 30 de outubro, 2008. |
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