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NOVIDADES
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) deve entrar com o pedido de patente do anti-retroviral Tenofovir até o final de 2009. O diretor do Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos), Eduardo Costa, disse que o medicamento está sendo desenvolvido em parceria com o laboratório público de um outro país, mas não adiantou qual. Em setembro, o Estado antecipou que a droga, cuja patente brasileira foi negada por ter sido considerada de interesse público, começaria ser desenvolvida pelos cientistas brasileiros. O Tenofovir é produzido pela Gilead, que até o momento não recorreu da decisão. Segundo o Ministério da Saúde, o remédio é usado atualmente por 31,3 mil pessoas, ao custo de US$ 43 milhões. "O Programa Nacional de DST/Aids gasta 80% dos recursos com medicamentos importados, que correspondem a apenas 20% da quantidade utilizada", disse Eduardo Costa. Estrutura do Tenofovir. Créditos: Wikipédia.
A Fiocruz aguarda apenas a aprovação do registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para dar início à fabricação de uma formulação infantil do anti-retroviral Lamivudina + Zidovudina (30 + 60 mg). A versão infantil da pílula três em um Lamivudina + Zidovudina + Nevirapina está sendo desenvolvida. No primeiro semestre do ano que vem, deve ser dado entrada no pedido de registro da fórmula adulta dessa combinação. Sete mil crianças fazem tratamento com anti-retrovirais. O kit dispensa a infra-estrutural laboratorial e pode ser usado para diagnóstico de Aids em locais de difícil acesso, em caso de transmissão vertical (da mãe para o bebê) e em acidentes. O resultado sai em 15 minutos e tem eficácia de 99,7%, mas precisa de exame confirmatório. O presidente da Fiocruz, Paulo Buss, também informou que a fundação está estudando novas combinações de anti-retrovirais específicas para serem usadas pela população africana. Estudo demonstraram que, em vez de fórmulas com Zidovudina (AZT), os africanos respondem melhor ao tratamento com a estavudina. Em outubro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva inaugurou um escritório brasileiro em Moçambique, que dará suporte à instalação de uma fábrica de medicamentos do governo moçambicano. O Brasil investiu US$ 8 milhões no projeto. "Temos um débito histórico com os países africanos", disse Buss. Apesar dos avanços no tratamento da Aids, ele enfatizou que o mais importante é a prevenção. "A Aids continua sendo uma doença muito grave contaminando milhares de pessoas por dia, apesar do controle que tentamos fazer através da informação", afirmou. Estado de S. Paulo, 01 de dezembro, 2008. |
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