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NOVIDADES

Novo conceito de memória magnética.

No mundo da informática, a densidade de armazenamento de informação aumentou regularmente nesses últimos anos. Hoje, não são mais as performances dos materiais e, sim, os conceitos de estocagem de dados que se objetiva melhorar. Assim, os pesquisadores do Centro de Pesquisa de Dresde-Rossendorf (FZD), da Alemanha, desenvolveram um novo conceito em torno do magnetismo. Eles o utilizam a fim de fabricar estruturas magnéticas muito finas e extremamente lisas, graças a técnicas de fabricação de estruturas de tamanho nanométrico (técnicas de "nanoestruturação").

Nas últimas décadas, apenas as performances dos materiais foram melhoradas para se chegar a aumentar a densidade de estocagem de discos rígidos. A alternativa de estocagem magnética, utilizada pelos pesquisadores, já existe e se baseia no magnetismo: a codificação de um bit de informação se faz por via de grãos magnéticos. Para aumentar as capacidades de estocagem (medidas em densidade), a opinião comum era reduzir, cada vez mais, o tamanho dos grãos. Tipicamente, a menor unidade de estocagem (1 bit) é inscrita em 100 grãos, cada grão tendo o tamanho de cerca de 10 nanômetros. Os trabalhos de pesquisa tendiam a miniaturizar o tamanho desses grãos. Mas, hoje, a miniaturização dos grãos atingindo seus limites, uma solução seria utilizar menos grãos para estocar uma informação. Entretanto, isso teria como conseqüência aumentar a probabilidade de erros por ocasião da leitura da informação.

Para contornar essa dificuldade, uma possibilidade consiste em utilizar a "ilha magnética" como unidade de estocagem. A ilha tem um tamanho maior que um grão e uma posição mais exatamente definida. Tais ilhas magnéticas podem ser fabricadas a partir de superfícies magnéticas contínuas, por técnicas de nanoestruturação. Contudo, um inconveniente subsiste: as ilhas se encontram na superfície, o que tem como efeito direto modificar o estado da superfície, tornando-a mais rugosa. No momento em que a cabeça de leitura-escrita se encontra a 20 nm acima dessa superfície, por exemplo, uma passagem sobre a superfície engendra danos, necessariamente.





Irradiação de íons sobre uma zona da superfície.

Créditos: Forschungszentrum Dresden-Rossendorf (FZD).



É por esse motivo que os trabalhos atuais de pesquisa se articulam em torno de soluções que deixem o estado de superfície imutável. Em colaboração com diferentes institutos internacionais de pesquisa [1], os pesquisadores do FZD conseguiram produzir nanoímãs superlisos, em liga de ferro e alumínio, graças a um tratamento da superfície com átomos de elementos diferentes. O procedimento utilizado por eles foi o seguinte: bombardearam a superfície com um feixe de íons com forte concentração, de forma a tornar a zona irradiada ferromagnética ficando o resto da superfície não magnética. O feixe de íons pôde ser concentrado sobre uma superfície de alguns nanômetros. O tamanho dos ímãs magnéticos imersos, "mergulhados", não ultrapassava senão 100 nm. Além disso, a dose de íons colocada pelos pesquisadores continuava fraca, de sorte que a proporção de material "usinado" continuou correta e deixou o estado de superfície tal qual: uma solução ideal para a estocagem magnética de dados.

Para poder transpor esse conceito para uma tecnologia real, os pesquisadores trabalham ainda no melhoramento da estocagem.

FZD (www.fzd.de), 21 de janeiro, 2009 (Tradução/Texto - MIA).

[1] Instituto Leibniz de Pesquisa em Sólidos e Materiais de Dresden (IFW), Instituto Paul Scherrer (PSI) na Suíça, Royal Institute of Technology na Suécia, Centro de Pesquisa Philip Morris nos Estados Unidos, Universidade Autônoma de Barcelona.


Nota do Scientific Editor: o artigo que deu origem a essa notícia, intitulado "Direct Magnetic Patterning due to the Generation of Ferromagnetism by Selective Íon Irradiation of Paramagnetic FeAl Alloys", de autoria de E. Menéndez, M.O. Liedke, J. Fassbender. T. Gemming. A. Weber, L.J. Heyderman, Y.V. Rao, S.C.Deevi, S. Surinach, M. D. Baro, J. Sort. J. Nogues, foi publicado na revista Small, 2009, DOI: 10.1002/smll.200800783.


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