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NOVIDADES
A equipe de Antonio Nanci, autor principal do estudo e professor na Faculdade de Medicina Odontológica da Universidade de Montreal, Canadá, valeu-se das recentes descobertas nas nanotecnologias para modificar o modo como os metais influenciam o crescimento e o desenvolvimento das células no organismo. O principal aspecto de sua descoberta é que as superfícies podem estimular diretamente as células, eliminando assim a necessidade de medicamentos e, por conseguinte, os efeitos secundários deles resultantes. "Utilizando a modificação química, produzimos metais com superfícies inteligentes que interagem positivamente com as células e ajudam a controlar a reação biológica da cura", explica Antonio Nanci, e prossegue dizendo que "essa descoberta servirá de base para a realização de novos implantes metálicos melhorados, os quais deverão aumentar significativamente as chances de sucesso das próteses ortopédicas, dentárias e cardiovasculares." O Dr. Nanci e seus colegas utilizaram compostos químicos para modificar o tratamento de metais de uso corrente como, por exemplo, o titânio. O tratamento desses metais com misturas selecionadas de ácidos e de oxidantes revelou superfícies com nanoalvéolos característicos de esponjas. "Demonstramos que certas células aderem melhor a essas superfícies que às superfícies lisas habituais", acrescentou M. Nanci. "Está aí uma melhoria ao biomaterial padrão do qual dispomos atualmente", continuou ele. Em seguida, os pesquisadores testaram os efeitos das superfícies nanoporosas de titânio, produzidas quimicamente, sobre o crescimento e o desenvolvimento das células. Constataram que, comparativamente às superfícies lisas não tratadas, essas superfícies aumentam o crescimento das células ósseas, enquanto aquele das células nefastas diminui. Os materiais assim tratados estimulariam igualmente as células-tronco. Além disso, a manifestação de genes necessários à aderência e ao crescimento das células aumentou ao contato com as superfícies nanoporosas. Nanotecnologia abre novas possibilidades para a odontologia. Créditos: MaxiSciences.
Essa abordagem inovadora poderá finalmente levar ao desenvolvimento de materiais inteligentes que, não apenas são facilmente aceitos pelo corpo, mas que, além disso, responderão ativamente ao meio biológico circundante. O estudo é fruto de uma colaboração entre a Universidade de Montreal, a Universidade de MacGill, o Instituto Nacional de Pesquisa Científica (INRS-EMT), Plasmionique Inc. e a Universidade de São Paulo. MaxiSciences, fevereiro 2009 (Tradução - MIA). Nota do Scientific Editor: o trabalho que deu origem a esta notícia: "Nanoscale Oxidative Patterning of Metallic Surfaces to Modulate Cell Activity and Fate", de autoria de F. Vetrone, F. Variola, P. T. de Oliveira, S. F. Zalzal, Ji-Hyun Yi, J. Sam, K. F. Bombonato-Prado, A. Sarkissian, D. F. Perepichka, J. D. Wuest, F. Rosei e A. Nanci, foi publicado na revista Nano Letters, volume 21, 2009, DOI: 10.1021/nl803051f. Assuntos Conexos: |
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