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A biomedicina tem novo aliado : o nácar, mais conhecido como madrepérola.

Admirado e procurado pelo homem há milênios, utilizado em praticamente todas as áreas das artes e mesmo da indústria, o nácar, no entanto, continua desconhecido em vários aspectos. Há muito tempo os cientistas se interrogam sobre sua extraordinária solidez. Uma equipe da Universidade de Granada, Espanha, do Conselho Superior de Pesquisas Científicas da Espanha (CSIC) e da Universidade de Aveiro (Portugal) empreenderam pela primeira vez um estudo detalhado do crescimento do nácar nos gastrópodes (como os escargôs mas também como o olmeiro, ou orelha-do-mar), tendo como objetivo a aplicação de suas descobertas em biomedicina.

O nácar é formado de 90% de cristais de aragonita (um carbonato de cálcio) dispostos em camadas superpostas, separadas por membranas de conchiolina (4% a 6% do total), um complexo de macromoléculas orgânicas, de proteínas fibrosas quitinoidais e de polissacarídeos, secretados pela capa dos moluscos. O resto é composto de traços de água e de diversos íons, cuja disposição - muito particular e complexa - provoca interfaces luminosas produzindo as irisações (Iridescências) que o fazem tão apreciado.





O nácar elaborado pelos gastrópodes apresenta uma curiosa estrutura de empilhamentos.

Créditos: Universidade de Granada.



Uma estrutura viva

O nácar dos gastrópodes tem uma estrutura particular, em terraços superpostos, bem diferente daquela do nácar fabricado pelos bivalves (os mariscos, as ostras...). Os pesquisadores espanhóis estudaram bem de perto a formação e o crescimento desses curiosos empilhamentos. Essa realização é assegurada por uma membrana, dita superficial, que, por outra via, protege o nácar em formação da água do mar, quando o animal se encolhe em sua concha. As estruturas vagamente circulares, destinadas a ser empilhadas, são fabricadas no interior dessa membrana superficial e crescem primeiro em espessura. Elas são, nesse momento, separadas da pilha por uma membrana fina que desaparecerá a seguir. Uma estrutura tão elaborada faz com que os pesquisadores fiquem admirados e a qualifiquem como "maravilhosamente complexa".

Essa organização em terraços não é anódina. Confere também ao nácar uma rigidez e uma solidez a toda prova, que não passou despercebida aos olhos dos biogeneticistas, sempre a procura do material ideal para substituir certas perdas ósseas.




Nácar onde se pode ver o efeito de Iridescência ("furta-cor").

Créditos: Universidade de Granada.



Nácar para regenerar os ossos

Conforme Antonio Checa, professor do Departamento de Estratigrafia e de Paleontologia da Universidade de Granada, Julyan Cartwright, pesquisador do Instituto Andaluz de Ciências da Terra (CSIC-UGR) e Marc-Georg Willinger, pesquisador da Universidade de Aveiro, Portugal, os resultados obtidos nesse estudo, poderiam conduzir a uma síntese desse material em laboratório, permitindo perspectivar uma aplicação em medicina e em cirurgia reparadora, tal como a regeneração de ossos humanos.

FuturaSciences, consultado em 05 de março, 2009 (Tradução - MIA).


Nota do Scientific Editor: o trabalho que deu origem esta notícia, de título "The key role of the surface membrane in why gastropod nacre grows in towers", de autoria de A. G. Checa, J. H. E. Cartwright e M.-G. Willinger, foi publicado na revista PNAS (Proceedings of The National Academy of Sciences of The USA), volume 106, número 1, págs. 38-43, 2009, 10.1073/pnas.0808796106.


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