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NOVIDADES
Decididamente, Artem Oganov não para de fazer com que falem dele a algum tempo, graças a seus trabalhos sobre o germânio ou o boro iônico. Na origem de seu último artigo na revista Nature se encontram os cálculos iniciais de Yanming Ma, professor de física na Universidade de Jilin, China. Em condições de pressão normais, o sódio é um bom condutor, o que faz com que possa ser empregado na experiência VKS, destinada a estudar em laboratório um dínamo terrestre funcionando no centro de nosso planeta. Ora, segundo Yanming Ma, quando o sódio se encontra submetido a uma pressão de dois milhões de atmosferas, índices teóricos implicam que não apenas ele se torna isolante, mas que deveria também tornar-se transparente. Para verificar essa predição, o pesquisador chinês decidiu encetar uma colaboração com Artem Oganov, célebre expert em cristalografia teórica da Universidade Stony Brook (EUA). Unindo esforços, os dois pesquisadores não tardaram em demonstrar que, pelo menos teoricamente, era isso o que deveria acontecer. Tal pressão deve modificar os orbitais dos elétrons ao redor dos núcleos e uma transição de fase deve se produzir, fazendo o sódio passar do estado de condutor, sob forma de metal branco, ao estado de um isolante transparente no domínio óptico. Restava ter uma confirmação experimental e, por isso, Ma e Oganov voltaram-se para Mikhail Eremets, líder de um grupo experimental no Instituto Max Planck de Química, em Mainz (Alemanha). Eremets, inicialmente, se mostrou cético, mas a perspectiva de realizar uma experiência difícil e delicada foi suficiente para que se decidisse, com sua equipe, a se lançar na aventura. Realizadas sobre uma amostra de sódio de tamanho micrométrico, as experiências dos pesquisadores do Instituto Max Planck foram verdadeiramente demonstradas, comprovadas por fotos, que à medida que a pressão aumentava, o sódio assumia o aspecto de um material negro, depois aquele de um material translúcido vermelho antes de, finalmente, tornar-se transparente sob uma pressão de 200 GPa (gigapascais) obtida graças a uma célula com "bigornas" de diamantes. Sob pressão de 120 a 199 GPa, a estrutura do sódio se modifica e o metal se aproxima da transparência. A 199 GPa, se torna translúcido, de cor vermelha. Créditos: Nature.
FuturaSciences, 17 de março, 2009 (Tradução - MIA). |
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