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NOVIDADES
Nanotubos de carbono são relativamente fáceis de crescer, mas classificar esses pequenos tubos de acordo com suas propriedades eletrônicas é tarefa que consome tempo e recursos. Pesquisadores americanos inventaram uma maneira de isolar diferentes tipos de nanotubos de carbono, misturando-os com DNA. Não obstante a técnica não ser comercialmente viável, dado seu alto custo, os cientistas acreditam que a mesma pode ser usada no futuro para obter nanotubos de carbono, de alta qualidade, para eletrônica e outras aplicações. Nanotubo de carbono "decorado" com DNA. Créditos: Xiaomin Tu.
As versáteis propriedades dos nanotubos de carbono têm permitido aos pesquisadores construir dispositivos eletrônicos elementares, tais como transistores. De fato, alguns pesquisadores acreditam que os nanotubos poderão, no futuro, substituir o silício na eletrônica porque, mesmo sendo pequenos, podem transportar altas correntes. Um dos desafios da área está no fato de não ser possível, ainda, sintetizar um único tipo de tubo, ou seja, com diâmetro e quiralidade predeterminados. Nanotubos de carbono de uma única quiralidade têm sido obtidos a partir da separação cuidadosa de uma mistura de nanotubos com diferentes quiralidades, porém usando processos caros, sem viabilidade comercial. A nova técnica consiste em misturar os nanotubos com uma seqüência particular de DNA, a qual cobre a superfície dos nanotubos formando grandes moléculas híbridas. Zheng e seus colaboradores verificaram que o sistema de cromatografia poderia ser ajustado de forma a que os híbridos contendo uma quiralidade específica fossem os primeiros a atravessar a coluna, podendo ser isolados. O DNA foi então removido dos nanotubos, resultando em amostras relativamente puras. Os nanotubos de diferentes quiralidades podem ser selecionados usando diferentes seqüências de DNA. Os pesquisadores da Dupont identificaram um total de 12 combinações de nanotubos-DNA. Não foi uma tarefa fácil porque começaram com 1060 possíveis seqüências do DNA, que acabaram sendo reduzidas para 350 candidatos usando uma série de critérios químicos e estruturais. Outra desvantagem da técnica de Zheng - segundo Mark Hershan, da Northwestern University (EUA) -, é que a mesma funciona bem para nanotubos semicondutores, não separando nanotubes metálicos, algo que ainda não foi muito bem entendido pelo grupo da Dupont. "Mais estudos são necessários para separar nanotubos metálicos e semicondutores igualmente usando DNA", disse Hersham. Nanotechweb (Tradução - AGS). Nota do Scientific Editor: o trabalho que deu origem a esta notícia, de título "DNA sequence motifs for structure-specific recognition and separation of carbon nanotubes", de autoria de X. Tu, S. Manohar, A. Jagota e M. Zheng foi publicado na revista Nature, volume 460, págs. 250-253, julho 2009, DOI: 10.1038/nature08116. Assuntos Conexos: |
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