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NOVIDADES
Um consórcio liderado por 14 pesquisadores de 11 instituições da Europa e Estados Unidos está empenhado em descobrir os potenciais efeitos adversos dos nanomateriais sobre o sistema imunológico. A idéia é encontrar, o quanto antes, alternativas para os compostos que tiverem algum grau de toxicidade à saúde humana. Para realizar tal tarefa, o projeto Nanommune conta com uma equipe multidisciplinar de pesquisadores. Divididos em grupos de trabalho, eles estudam a síntese e a caracterização de diversas classes de nanomateriais e conduzem testes em culturas de células e em animais expostos a esses materiais. Com base nos resultados, eles irão desenvolver protocolos para a análise da toxicidade em pesquisas nanotecnológicas. Detalhe do folheto de apresentação do projeto Nanommune, que investiga a possível toxicidade de nanomateriais a fim de minimizar seus impactos negativos. A iniciativa foi lançada em 2008 com um orçamento de cerca de R$ 8 milhões, financiados pela Comissão Européia. Créditos: Ciência Hoje.
Exemplo disso é um estudo de Valerian Kagan e Alexander Star, da Universidade de Pittsburgh (EUA). Usando uma enzima derivada da raiz-forte (peroxidase), os pesquisadores conseguiram induzir a biodegradação de nanotubos de carbono. A partir desse resultado, eles buscam estratégias de controle da biodegradação de nanomateriais que possam levar à redução de seus efeitos tóxicos em seres vivos. Já Bengt Fadeel e Alfonso Garcia-Bennett, do Instituto Karolinska (Suécia), publicaram recentemente trabalho mostrando que as partículas de sílica mesoporosa não são tóxicas para células do sistema imunológico (macrófagos). "Sugerimos, portanto, que esses materiais sejam utilizados em aplicações biomédicas, inclusive como veículos administradores de medicamentos ou de antígenos", explica Fadeel, coordenador do Nanommune, à CH On-line. O físico Marcos Pimenta, da Universidade Federal de Minas Gerais, concorda. Ele coordena o novo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Nanomateriais de Carbono, que dará especial atenção às pesquisas nanotoxicológicas, ainda incipientes no Brasil. "Essa é uma questão que nos preocupa. Temos que estudar bem esses materiais e encontrar maneiras de modificá-los no sentido de diminuir efeitos negativos onde eles existirem", afirma o físico, que vê com bons olhos a colaboração entre grupos. "Nossa rede teria todo o interesse em participar de um esforço coletivo nesse sentido." Para que o mesmo não ocorra com a nanotecnologia, Fadeel insiste que os cientistas divulguem os seus estudos de forma profissional, sem criar alarde infundado e sem fazer extrapolações irreais. Para isso, os parceiros do Nanommune se comprometeram a disseminar suas pesquisas ao público em entrevistas, oficinas, publicações e outros meios. Livro de divulgação sobre nanotecnologia, publicado em 2008 pelo Conselho de Pesquisa Sueco. Parceiros do projeto Nanommune fizeram parte da equipe editorial. Créditos: Ciência Hoje.
Tanto Pimenta quanto Fadeel, que apresentou o projeto Nanommune na Conferência Mundial de Jornalistas de Ciência, realizada no mês passado em Londres, ressaltaram o importante papel a ser desempenhado pela mídia ao noticiar sem exagerar nem os benefícios nem os riscos de nanotecnologias emergentes. Nota do Managing Editor: esta matéria, de autoria de Carla Almeida, foi primeiramente veiculada no Boletim CH On-line, em 18 de agosto, 2009. Assuntos Conexos: |
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