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NOVIDADES
As bactérias alojadas pelo tubo digestivo humano (ou metagenomas) comportam 150 vezes mais genes que o genoma humano. É o que acaba de mostrar um consórcio internacional de pesquisadores, coordenado pelo Inra (Instituto Nacional da Pesquisa Agronômica), de Jouy-en-Josas, do qual também participa o CEA (Comissariado de Energia Atômica da França). Segundo os estudos, somente mil espécies bacterianas estão habitualmente presentes em grande quantidade no intestino do homem, cada indivíduo abrigando pelo menos 170. E, contrariamente ao que era estabelecido, a maioria das espécies é semelhante de um indivíduo a outro. Para lembrar, o homem vive em associação permanente com as bactérias presentes em todas as superfícies e em todas as cavidades de seu corpo, sendo a maioria "hospedada" pelo seu tubo digestivo. As células bacterianas que nos acompanham são pelo menos dez vezes mais numerosas que nossas próprias células. Essas comunidades, dinâmicas e complexas, influenciam profundamente nossa fisiologia, nossa nutrição, bem como nossa imunidade e seu desenvolvimento. Por exemplo, as bactérias sintetizam vitaminas e contribuem para a degradação de certos compostos, que seria impossível assimilar sem sua ajuda. Elas têm um grande papel nas funções imunitárias e nos protegem contra as bactérias patogênicas, "dialogando" com nossas células. Bactéria Intestinal. Créditos: JeSuisCultive.
85% dos genes bacterianos carregados pela população humana estudada foram assim sequenciados; eles representam cerca de 3,3 milhões de genes bacterianos. O conhecimento deste metagenoma abre, segundo a equipe, numerosas perspectivas de aplicação na área da nutrição, da prevenção e no tratamento de doenças nas quais os micro-organismos intestinais têm um papel importante. Le Point (Tradução - MIA). Nota do Scientific Editor: o artigo que deu origem a esta notícia, de título: "A human gut microbial gene catalogue established by metagenomic sequencing", de S.D. Ehrlich e Colaboradores foi publicado na revista Nature, volume 464, págs. 59-65, 2010, DOI:10.1038/nature08821. |
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