Para chegar a tais resultados, o climatologista avalia, a partir do consumo mundial de combustíveis fósseis e das "performances" dos poços de carbono naturais, a evolução da concentração atmosférica de CO₂ para o período 1900-2010. Suas previsões: 403 ppmv (partes por milhão por volume) de CO₂ na atmosfera em 2010. Seja, apenas 3 ppmv a mais que o medido, no ano passado, pelo observatório de Mona Laua. Não tão mal!

Coincidência, no momento em que Wally Broecker festeja o primeiro aniversário de seu paper "climático", a Administração Americana da Meteorologia e do Oceano (NOAA, segundo o acrônimo americano) publica um volumoso relatório sobre o estado do clima. Redigido por dezenas de cientistas vindos de todos os horizontes, The State of the Climate 2010 confirma que a última década foi a mais quente desde que a meteorologia existe. A elevação das temperaturas afetou particularmente as zonas de média e alta latitude do hemisfério Norte, bem como a Austrália e a Nova Zelândia.

O estudo lembra também que as concentrações atmosféricas de gases de efeito estufa antrópicos (resultantes basicamente da ação do homem) não cessam de aumentar. Contrariamente à capacidade de absorção de CO₂ pelo oceano que, ela, tem tendência a diminuir. Durante o verão 2008-2009, a cobertura de gelo do mar foi uma das menores jamais observadas desde 1979. Muitos são os fenômenos que confirmam as previsões de Wally Broecker, publicadas já há 35 anos.

JDE (Tradução - MIA).

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