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Novo medicamento contra esquistossomose.

Combater a esquistossomose a partir da utilização de nanopartículas poliméricas - sistemas carreadores de fármacos que apresentam diâmetro inferior a 1 mm - contendo o praziquantel (PZQ), medicamento mais indicado no tratamento da doença. Esse é o objetivo do trabalho desenvolvido pela pesquisadora de Farmanguinhos, Laís Bastos da Fonseca, da Coordenação de Vigilância e Serviços Tecnológicos (CVST). As nanopartículas possibilitarão a administração de doses mais adequadas, principalmente para as crianças, no tratamento da esquistossomose, responsável pela morte de 200 mil pessoas por ano no Brasil.




Estrutura Molecular do Praziquantel.

Créditos: Wikipedia.



Segundo a pesquisadora, a dose de PZQ a ser administrada nos pacientes é calculada em função do peso - aproximadamente 20 mg/kg a cada quatro a seis horas. Por ser uma doença comum em crianças em idade pré-escolar, a administração de doses medicamentosas adequadas é muito complicada, já que a variabilidade corpórea nessa faixa etária é grande. A divisão de comprimidos em pedaços homogêneos também é complexa, principalmente em lugares de baixa renda, onde o nível de esclarecimento da população é normalmente muito baixo.

Diante dessa realidade, o Ministério da Saúde vem solicitando o desenvolvimento do produto praziquantel suspensão 120 mg/ml. No entanto, por diversos motivos e impeditivos técnicos, isso até hoje não foi possível. Por outro lado, também existe a falta de interesse das indústrias farmacêuticas privadas neste medicamento, visto que a esquistossomose é uma doença negligenciada.

"Esse trabalho consiste na fabricação de nanopartículas poliméricas contendo o praziquantel encapsulado pela técnica de polimerização em miniemulsão. Essa fabricação ocorre em uma única etapa de síntese do polímero com a incorporação imediata do fármaco, o que é o grande diferencial", afirma Laís.

Além disso, de acordo com a pesquisadora, o processo empregado permite o aumento de escala, o que é fundamental para uma produção industrial. Os resultados obtidos até o momento são promissores. Mostram, por exemplo, partículas de diâmetro médio de 80 mm e incorporação do fármaco de praticamente 100%. Os próximos passos são os estudos in vivo. O projeto tem o apoio do BNDES e foi aprovado no final de 2010 na Rede PDTIS da Fiocruz.

Farmanguinhos.


Nota do Managing Editor: a matéria originalmente veiculada não continha as ilustrações aqui apresentadas.


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