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NOVIDADES
A disseminação de sementes pelos animais não é uma descoberta, mas sabe-se que os peixes da Amazônia são campeões nisto. Eles podem levar as sementes consigo a distâncias maiores que 5 quilômetros da árvore de origem, deixando aos vegetais a possibilidade de "colonizar" rapidamente novos terrenos. A dispersão das sementes é uma etapa crucial para a perenização das espécies vegetais, uma vez que determina a distribuição geográfica definitiva das novas gerações. Infelizmente, os vegetais, sendo imóveis e fixos no solo, não podem contar consigo mesmos para colonizar novos horizontes: eles aproveitam, portanto, da mobilidade de outras espécies para se difundir sem esforço. Os animais frugívoros são assim conhecidos por desempenharem um papel ativo nessa atividade, graças a seu consumo de frutas, logo, de sementes, que transitam por seu sistema digestivo e são, a seguir, deixadas um pouco mais longe, por defecção. Cúmulo da coevolução, certas sementes não podem germinar a não ser que sua casca seja amolecida por enzimas digestivas de animais! O Pantanal é uma das regiões amazônicas afetadas pelas inundações anuais. Créditos: Claudyo Casares.
Eles perceberam a presença de milhares de sementes provindas de diversas espécies arborícolas (de árvores) no estômago destes peixes. Efetivamente, numerosos frutos caem diretamente na água, na estação das chuvas, quando a floresta amazônica é inundada. Os peixes frugívoros, nadando ao redor dos pés das árvores podem, pois, facilmente se aproveitar deles (os frutos). Durante três anos, os trajetos dos Colossoma selvagens foram gravados e a duração de retenção das sementes no sistema digestivo deste mesmo peixe em cativeiro foi finamente analisada. O modelo de predição, levando em conta estes dois parâmetros, indica pelo cálculo que as sementes podem ser disseminadas desse modo à distâncias muito grandes! O peixe gigante Colossoma macropomum pode transportar as sementes a até 5 quilômetros de distância, relativamente a seu ponto de origem. Créditos: Tino Strauss, Wikimedia, CC by-sa 3.0.
Futura Sciences (Tradução - MIA). Nota do Scientific Editor: o artigo que deu origem a esta notícia: "Extremely long-distance seed dispersal by an overfished Amazonian frugivore", de autoria de Jill T. Anderson, Tim Nuttle, Joe S. Saldaña Rojas, Thomas H. Pendergast e Alexander S. Flecker, foi publicado on-line no periódico Proceedings of Royal Society B, março, 2011, DOI: 10.1098/rspb.2011.0155. |
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