|
NOVIDADES
Os progressos da microfluídica (ciência que estuda as propriedades físicas dos microfluidos) poderão dar nascimento a minilaboratórios portáteis para analisar o sangue de um paciente em alguns minutos. Uma equipe de cientistas reunindo pesquisadores das universidades de Berkeley (Califórnia), de Dublin (Irlanda) e de Valparaíso (Chile) desenvolveu um protótipo muitíssimo promissor de chip microfluídico de alguns centímetros quadrados. Batizado Simbas, acrônimo para Self-powered Integrated Microfluidic Blood Analysis System, seja: sistema de análise de sangue microfluídico integrado autônomo em energia, o componente não tem necessidade, como seu nome indica, de ser alimentado com energia para funcionar. Fabricado com polímero poroso, contém microcanais nos quais o sangue vai fluir segundo as regras físicas da microfluídica. Nesta escala, a velocidade de sedimentação (velocidade de depósito das moléculas) é bem mais rápida e os pesquisadores se aproveitam dessa propriedade para separar os glóbulos brancos e os glóbulos vermelhos do plasma sanguíneo em alguns minutos. O sangue a ser analisado flui da esquerda para a direita em alguns minutos. Mais pesados, os glóbulos vermelhos e os glóbulos brancos escoam até um dispositivo de detecção de biomarcadores enquanto o plasma é extraído. Créditos: Ivan Dimov/UC Berkeley.
Para deslocar o sangue no chip, os pesquisadores retiram previamente, quando da fabricação, as moléculas de ar dos canais internos do chip, a fim de criar um vácuo. Depois de ter vertido sobre o chip a gota de sangue a ser analisada (alguns microlitros são suficientes; no esquema, à esquerda), o usuário rompe esse vácuo (puxando uma lingueta, por exemplo). As moléculas de ar entram então pela segunda vez nos canais internos, o que gera uma mudança de pressão, suficiente para desencadear o escorrimento do sangue no chip. Segundo os pesquisadores, o procedimento permite extrair 99% dos glóbulos (vermelhos e brancos) contidos em uma amostra sanguínea. A instalação de detectores de biomarcadores permite, então, medir seletivamente a presença de certos componentes. Assim, os pesquisadores conseguiram detectar 1,5 picomol de biotina (vitamina B7), em um volume de 5 microlitros de sangue, em apenas 10 minutos. Desprovido da eletrônica, este chip autônomo acumula as vantagens. Pequeno, é fácil de ser transportado e seus materiais são baratos. Medindo 2,5 cm de largura e 5 cm de comprimento, este chip microfluídico separa os glóbulos do plasma e detecta a presença de vitamina B7. Créditos: Ivan Dimov/Uc Berkeley.
Futura Science (Tradução - MIA). Nota do Scientific Editor: a microfluídica é um campo de pesquisa multidisciplinar que compreende a física, a química, a engenharia e a biotecnologia. Estuda o comportamento dos fluidos em micro e nanoescala: fluidos em volume de ordem milhares de vezes menor que uma gota comum. Também diz respeito ao design e fabricação de sistemas, nos quais são usados volumes de fluidos muitíssimo pequenos. Assuntos Conexos: |
© 2001-2020 LQES - lqes@iqm.unicamp.br
sobre o lqes | políticas | link o lqes | divulgação | fale conosco