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Bactérias como fonte de nanopartículas magnéticas.

As equipes do Instituto de Física Experimental de Kosice (Eslováquia), do Instituto de Física de Poznan (Polônia) e do Laboratório DIOM, da Universidade Jean Monnet de Saint-Etienne (França) acabam de publicar um estudo sobre as propriedades magneto-ópticas de magnetossomos sintetizados por biomineralização a partir de bactérias magnetotáticas.

As bactérias magnetotáticas, descobertas por Blackmore em 1970, se comportam como dipolos magnéticos permanentes e se orientam ao longo das linhas do campo magnético terrestre. Assim, podem ser controladas por meio de um terceiro campo magnético. Esta particularidade biológica é chamada magnetotaxia e estas bactérias formam o grupo das bactérias magnetotáticas. Os magnetossomos são cadeias de grânulos de óxidos metálicos (magnetita ou greigita, na maioria das vezes), presentes nos citoplasmas das bactérias magnetotáticas. Os magnetossomos são geralmente de tamanho uniforme e alinhados ao longo da célula.

As equipes eslovaca e francesa implicadas na presente publicação exploraram as propriedades físicas e magneto-ópticas de magnetossomos a fim de compreender melhor seu comportamento. As nanopartículas de magnetita estudadas foram sintetizadas por biomineralização, a partir da cepa da bactéria magnetotática magnetospirillum AMB-1, e depois foram isoladas na forma de cadeias de nanopartículas cercadas de uma membrana biológica. Um dos interesses deste método de síntese reside na excelente qualidade cristalina das partículas obtidas, qualidade que nem sempre é assim tão boa com os métodos químicos clássicos, como a coprecipitação, por exemplo.




Magnetospirillum usada na obtenção das nanopartículas magnéticas.

Créditos: Microbewiki.



As medidas magneto-ópticas confirmam que, pelo fato de sua organização em cadeia, os magnetossomos são bem mais sensíveis ao campo magnético que as partículas sintetizadas de modo clássico. Além disso, o estudo fino dos resultados magneto-ópticos permite obter de modo não destrutivo o número médio de nanopartículas por cadeia. Trata-se de um dado importante no processo de síntese de tais nanopartículas, porque o comprimento da cadeia tem relevância nas propriedades pesquisadas visando as aplicações. Trabalhos complementares feitos com as mesmas partículas incorporadas em uma estrutura polimérica sólida confirmam estes resultados.

As aplicações das nanopartículas magnéticas são diversas. Elas são utilizadas para desenvolver tratamentos médicos por hipertermia, especialmente no caso de câncer. Para isto, são necessárias nanopartículas isoladas, daí a utilidade de se conhecer o número de partículas por cadeia. No terreno das aplicações ópticas, numerosos trabalhos se orientam para a pesquisa de novos materiais estruturados em escala nanométrica. Tais "nanocadeias" apresentam, pois, um grande interesse.

BE Electronique (Tradução - MIA).

Nota do Scientific Editor: o artigo que deu origem a esta notícia, de título: "Magneto-optical study of magnetite nanoparticles prepared by chemical and biomineralization process", de autoria de A. Dzarova, F. Royer, M. Timko, D. Jamon, P. Kopcansky, J. Kovac, F. Choueikani, Gojzewski e J.J. Rousseau, foi publicado na revista Journal of Magnetism and Magnetic Materials, Vol. 323, Número 11, págs. 1453-1459 (2011), DOI: 10.1016/j.jmmm.2010.12.041.


Assuntos Conexos:

Nova rota para a fabricação de nanopartículas magnéticas.

Nanopartículas novamente na berlinda.


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