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NOVIDADES
Algas verdes unicelulares poderiam ser utilizadas para o tratamento de resíduos nucleares, particularmente o estrôncio 90. Se elas apresentam a vantagem de reconhecer especificamente o elemento químico, testes devem ainda demonstrar sua resistência em meio radioativo... Soluções de tratamentos de resíduos existem, contudo consistem principalmente em estocá-los profundamente na terra, em contêineres que, se espera, sejam estanques, uma solução que substituiu o "descarte" dos rejeitos no mar (abandonado a uma vintena de anos). Entre os resíduos produzidos em grandes quantidades nas fissões nucleares, o estrôncio 90 ocupa lugar de destaque, da mesma forma o iodo 131 ou o césio 137. Infelizmente, apesar da quantidade de cálcio inofensivo, produzido pelos reatores nucleares, ser importante, é muito difícil isolar o estrôncio radioativo via tratamentos clássicos, dado as reatividades químicas dos dois elementos serem muito próximas. Sabe-se que ela é capaz de formar cristais mistos, contendo bário e estrôncio (de fórmula (Ba,Sr)SO4), o bário sendo, aliás, indispensável à iniciação da formação de um cristal (não há formação de cristais se não há estrôncio no meio), mas as proporções não são conhecidas. A alga verde unicelular Closterium moniliferum (visível integralmente em a) acumula vesículas (flecha em b) formadas de cristais (flecha em c) à base de bário e de estrôncio. Créditos: ChemSusChem.
Em um novo estudo, publicado na revista ChemSusChem, os pesquisadores da Northwestern University, em Evanston (EUA), mostraram que as algas podem fabricar cristais formados em grande parte de estrôncio (20 a 45%), desde que sejam colocadas em um meio enriquecido em estrôncio e empobrecido em bário. Em compensação, esta mesma experiência, feita com cálcio no lugar de estrôncio, não permite a não ser a incorporação de 5% de cálcio nos cristais. Estes resultados fazem da Closterium moniliferum uma boa candidata para o tratamento de resíduos radioativos à base de estrôncio 90. De fato, os cristais são rapidamente obtidos (30 a 40 minutos) e são estáveis, mesmo que, a seguir, as algas sejam colocadas em um meio onde não exista nenhum dos dois elementos. Agora, novos estudos devem provar que a presença dos mesmos elementos radioativos não impedirá a alga de cumprir sua missão... Futura Sciences (Tradução - MIA). Nota do Scientific Editor: o trabalho que deu origem a esta nota, de título: "Selective Sequestration of Strontium in Desmid Green Algae by Biogenic Co-precipitation with Barite", de autoria de Minna R. Krejci, Lydia Finney, Stefan Vogt e Derk Joester, foi publicado no periódico ChemSusChem, vol. 4, número 4, 2011, págs: 470-473, DOI: 10.1002/cssc.201000448. Assuntos Conexos: |
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