Laboratório de Química do Estado Sólido
 LQES NEWS  portfólio  em pauta | pontos de vista | vivência lqes | lqes cultural | lqes responde 
 o laboratório | projetos e pesquisa | bibliotecas lqes | publicações e teses | serviços técno-científicos | alunos e alumni 

LQES
lqes news
novidades de C&T&I e do LQES

2021

2020

2019

2018

2017

2016

2015

2014

2013

2012

2011

2010

2009

2008

2007

2006

2005

2004

2003

2002

2001

LQES News anteriores

em foco

hot temas

 
NOVIDADES

Nanotubos que imitam tecido natural podem ajudar enfartados.

Uma equipe de pesquisadores dirigida por Thomas Webster, na Universidade Brown, Providence, EUA, desenvolveu um remendo composto de nanotubos de carbono que favorece a regeneração de células do coração destruídas após um infarto, por falta do aporte de oxigênio. Por ocasião de experiências in vivo, o tecido cardíaco se mostrou seis vezes mais denso em presença do nanoremendo condutor que em sua ausência, o que confirma a eficácia do remendo. Feito de cadeias minúsculas de átomos de carbono dobrados sobre si mesmos para formar nanofibras, ele conduz a eletricidade e imita a superfície rugosa dos tecidos naturais. Os pesquisadores observaram que quanto mais alta era a concentração de nanotubos, mais eficiente era a regeneração das células cardíacas.

Segundo a American Heart Association, um terço das mulheres e um quinto dos homens que sofreram um infarto do miocárdio sofreriam outro num espaço de seis anos. Em 2009, pesquisadores suecos, franceses e americanos constataram, graças à dosagem de carbono 14, que aos 50 anos, 55% das células cardíacas datam do nascimento e 45% eram geradas depois dele. Tais resultados testemunham a fraca taxa de regeneração das células cardíacas, daí o interesse em desenvolver um método que acelere sua multiplicação após um infarto.


O remendo e a destruição das células do coração quando de um infarto

Quando de um infarto, uma parte do miocárdio é privada de oxigênio, o que leva à dor, depois à morte de células cardíacas musculares e nervosas privadas de oxigênio necessário ao bom funcionamento do coração. Após o infarto, o tecido não pode se regenerar por si, o ritmo cardíaco é, portanto, perturbado e enfraquecido, fala-se, então, de insuficiência cardíaca. Numerosos estudos estão em curso a fim de encontrar meios de regenerar ou restaurar os tecidos danificados. Vários métodos se baseiam na injeção de células-tronco, retiradas antecipadamente do paciente, no coração danificado, para que elas se multipliquem e se diferenciem.




Remendo de nanotubos pode ajudar a regeneração de um coração enfartado.


Créditos: Thomas Webster, Universidade Brown


T. Webster afirma que as pesquisas conduzidas na Universidade Brown são promissoras porque o remendo tem a especificidade de ajudar três tipos de células a se regenerar: as células musculares ou cardiomiócitos que fazem bater o coração, as células nervosas que os ajudam a se contrair e as células endoteliais que forram os vasos sanguíneos na proximidade do coração. As conclusões mostraram que o remendo de nanotubos de carbono é semelhante ao tecido cardíaco natural, que acelera a regeneração destes três tipos de células que funcionam de modo interdependente.


Perspectivas de pesquisa

A equipe de T. Webster busca agora melhorar os nanomateriais do remendo a fim de criar um que imitaria o mais próximo possível os tecidos naturais. A condutividade do nanoremendo é também estudada, tendo como objetivo que ele tenha a mesma condutividade que o tecido cardíaco. A próxima etapa será facilitar a aplicação do remendo, uma malha de cerca de 22 mm de comprimento e uma espessura de 15 microns, sobre o sistema cardíaco, evitando a intervenção cirúrgica.

Testes em animais precederão a aplicação do remendo em pacientes vítimas de infarto. Contrariamente a outros materiais utilizados em engenharia de tecidos, o remendo de nanotubos de carbono teria a vantagem de não se degradar no corpo.

Brown University (Tradução - MIA).


Nota do Scientific Editor: o trabalho que deu origem a esta notícia de título: "Poly(lactic-co-glycolic acid): Carbon nanofiber composites for myocardial tissue engineering applications", de autoria de D.A. Stout, B. Basu, T.J. Webster, foi publicado on line na revista Acta Biomaterialia, 2011.


<< voltar para novidades

 © 2001-2020 LQES - lqes@iqm.unicamp.br sobre o lqes | políticas | link o lqes | divulgação | fale conosco