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Nanotubos de peptídeos com diâmetro perfeitamente controlado.

Poder controlar o tamanho de nano-objetos na área das nanotecnologias é de importância capital. De fato, o tamanho modula as propriedades físicas destes materiais. Contudo, até o presente, as tentativas de controle do tamanho das arquiteturas por modificação do "bloco de construção" têm sido frequentemente mal sucedidas.

É neste contexto que pesquisadores do CEA-iBiTec-S (Instituto de Biologia e de Tecnologias de Saclay), do CNRS e da Ipsen, ambos na França, estão interessados por uma pequena molécula, a Lanreotida, que é um octapeptídeo cíclico, ou seja, um peptídeo composto de oito aminoácidos, ligados sucessivamente, que formam um anel. Análoga do hormônio natural que é a Somastatina, a Lanreotida, classicamente utilizada como medicamento, possui a propriedade de agregar-se na água em dímeros, isto é, em moléculas compostas de duas subunidades. Este tipo de estrutura automontada constitui uma abordagem interessante para a síntese, a morfologia e o tamanho de nanomateriais, dado que estas características são determinadas pelos "blocos de construção".

Supondo-se que os aminoácidos, assegurando os contatos entre peptídeos gerissem o "encurvamento" dos nanotubos, os pesquisadores conceberam então um modelo geométrico que explica, em que medida, uma modificação de alguns angströms na estrutura de base do peptídeo pode ter influência sobre o tamanho do nanotubo. Utilizando este modelo, podem assim racionalizar, e mesmo predizer, os diâmetros dos nanotubos que serão gerados.

Restava, então, proceder a uma verificação experimental que consistiu em sintetizar análogos de Lanreotida, substituindo de modo localizado um aminoácido por um outro. De fato, tratava-se, para os pesquisadores, de demonstrar que a modificação de um aminoácido implicado em um contato entre peptídeos levava a uma variação do diâmetro dos nanotubos, de maneira controlada. Obtiveram assim uma faixa de 17 nanotubos indo de 10 a 36 nm de diâmetro em função do aminoácido incorporado.




a) Etapas de automontagem da Lanreotida em nanotubos: monômero, dímero, cristal, encurvamento 2-D, e, finalmente, nanotubo.

b) Empilhamento da Lanreotida na parede interna dos nanotubos: evidência do contato entre peptídeos, garantido pelo triptofano, aminoácido modificado para modular o diâmetro do nanotubo.


c) Observação dos nanotubos por microscopia eletrônica (nanotubos de peptídeos, à esquerda; nanotubos de peptídeos mineralizados pela sílica, à direita).

Créditos: CEA.

A caracterização destas diferentes arquiteturas, realizada por microscopia eletrônica e difração de raios X, no Laboratório Síncrotron SOLEIL (França), permitiu demonstrar que o diâmetro destes nanotubos pode efetivamente ser correlacionado com o tamanho do aminoácido introduzido e que um dado peptídeo forma espontaneamente nanotubos de um único diâmetro.

Finalmente, estes sistemas automontados biomiméticos poderiam ser utilizados como moldes. Os pesquisadores mostraram que a utilização destes moldes permite governar a produção de nanotubos de silício de diâmetro específico, o que abre caminho para uma ampla gama de aplicações na área das nanotecnologias.

CEA (Tradução - MIA).


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