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NOVIDADES
Uma tatuagem para os diabéticos.
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Em alguns anos, os diabéticos poderão se aproveitar de uma "tatuagem" digital que lhes permitirá, com a ajuda de um iPhone, vigiar seus níveis de sódio, glucose ou ainda de álcool no sangue. Um passo a mais para uma medicina mais e mais personalizada.
Ao invés de uma tinta de tatuagem convencional, potencialmente fora de moda, por que não optar por uma tatuagem intemporal, uma vez que... completamente invisível? Esta tatuagem conteria nanossensores capazes de decodificar a taxa de glicemia, assim como o nível do sal no sangue, ou ainda o nível de alcoolemia. Tudo isto com a ajuda da câmara de foto do iPhone 4.
Um sensor sob a pele
A Dra. Heather Clark, professora-associada em ciências farmacêuticas em Massachusetts, nos Estados Unidos, dirige a pesquisa sobre estes sensores que se escondem sob a epiderme e, assim, acaba de publicar um artigo na revista Integrative Biology. Foi após ter corrido uma maratona em Vermont, com um sistema padrão de vigilância de saúde em tempo real, portátil, que ela teria tido uma intuição. O espectro de um sistema propondo ao paciente/utilizador o medicamento necessário em função de suas necessidades não parecia mais estar muito distante.
Polímero e pigmento fluorescente
Customizando-se minimamente um iPhone, torna-se possível ler e interpretar a luz emitida pelos minissensores, o que permitirá evitar a ultraclássica picada diária ou o teste sanguíneo da ponta do dedo, e de ter um instrumento de vigilância seguro. Sensores seriam arranjados em um agente oleoso para se assegurar que eles estariam colados uns aos outros, num tamanho que não excederia mais de 100 nanômetros. Tais sensores seriam compostos de uma solução à base de um polímero reativo acompanhado de um pigmento fluorescente, servindo de indicador. No próprio interior dessa tatuagem-implante, algumas nanopartículas se uniriam exclusivamente quando certa taxa de sal ou de açúcar fosse atingida. Uma liberação de íons viria então perturbar as partículas originalmente neutras, perturbação esta que se manifestaria através da fluorescência.
LED azul
Um acessório foi desenhado especialmente para permitir o funcionamento desse sistema, prendendo-se no iPhone. A lente do telefone é cercada por um anel de plástico, a fim de bloquear ao máximo a luz exterior, enquanto um LED azul é utilizado para decifrar os dados. Por outro lado, um único iPhone não está em condição de, sozinho, decodificar os dados "brutos", é necessária a passagem por um computador e um software para a sua exploração. A aplicação completa deverá surgir em breve.
Realizando as medidas com o LED azul.
Créditos: Techniques-Ingenieur.
Na direção de uma medicina mais personalizada
Aplicações tais como o "Healthseeker" (ajudando, entre outros, a melhor "gerenciar" seu diabete) têm, portanto, cuidados a serem tomados, mesmo que tenham ainda alguns bons dias pela frente. Ainda que a fase de teste não esteja senão no início, e que não tenha sido experimentada no momento a não ser em cobaias cuja pele é mais fina, os resultados parecem promissores e poderiam se constituir num avanço decisivo na evolução de uma medicina padrão, para uma medicina mais personalizada e mais autônoma. A chegada do novo iPhone 5 é seguida de perto pelos cientistas, porque este smartphone deverá se fazer acompanhar de um aparelho de foto de mais alta performance, o que tornaria a captação dos dados e o "diagnóstico" ainda mais precisos.
Techniques - Ingenieur (Tradução - MIA).
Nota do Scientific Editor: o trabalho "In vivo sodium concentration continuously monitored with fluorescent sensors", que deu origem a esta notícia, é de autoria de J. Matthew Dubach, Edward Lim, Ning Zhang, Kevin P. Francis and Heather Clark, tendo sido publicado no periódico Integrative Biology, on-line, 2011, DOI: 10.1039/c0ib00020e.
Assuntos Conexos:
Sensor revela diabete através do hálito.
Sensor subcutâneo, financiado pela União Européia, para o controle do nível de açúcar de diabéticos.
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