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NOVIDADES
Os nanotubos de carbono suscitam grande interesse em numerosas áreas: suas propriedades mecânicas, eletrônicas e químicas são, de fato, excepcionais. Uma equipe da Universidade de Viena (Áustria) mostrou que os nanotubos são particularmente adaptados à purificação da água e permitem analisar elementos em concentrações incrivelmente baixas. De fato, grande número de poluentes aquáticos tem uma notável afinidade com os nanotubos de carbono: caso, por exemplo, de medicamentos hidrossolúveis, que não podem - a não ser dificilmente -, ser separados da água com carvão ativo, substância frequentemente utilizada para purificar a água. Além disso, os nanotubos de carbono possuem uma grande área superficial relativamente à sua massa (da ordem de 500 m2 por grama) e podem, pois, fixar uma quantidade importante de poluentes. Um filtro feito de nanotubos de carbono não se saturaria senão lentamente, o que faria baixar os custos de manutenção e a quantidade de perdas de material associados ao tratamento da água. Não obstante, o comportamento de nanotubos de carbono no ambiente é ainda pouco conhecido, em razão de suas propriedades particulares. Antes da disponibilização de filtros fabricados com este material, uma boa compreensão das interações entre os poluentes e os nanotubos de carbono, bem como de seu comportamento em condições naturais, é essencial. Representação das interações de compostos policíclicos com nanotubos de carbono. (Visão artística.) Créditos: ACS.
Após experiências realizadas durante um ano, os cientistas desenvolveram este método passivo de amostragem, que permite medir a afinidade de certos poluentes cancerígenos - os hidrocarbonetos aromáticos policíclicos ("compostos mutagênicos e carcinogênicos, introduzidos no ambiente em grandes quantidades") - com os nanotubos de carbono. Este método, baseado na química analítica e na microscopia eletrônica, foi desenvolvido em colaboração com físicos da Universidade de Utrecht (Países Baixos). As propriedades de absorção e de adsorção [1] de vários desses poluentes nos nanotubos de carbono puderam, assim, ser estudadas. [1] Quando de uma absorção, as moléculas absorvidas entram em profundidade na fase absorvente, ao contrário da adsorção, onde as moléculas adsorvidas ficam na superfície. Universidade de Viena (Tradução - MIA). Notas do Scientific Editor: o trabalho, de título: "Measuring and Modeling Adsorption of PAHs to Carbon Nanotubes Over a Six Order of Magnitude Wide Concentration Range", que deu origem a esta notícia, é de autoria de Melanie Kah, Xiaoran Zhang, Michiel T.O. Jonker e Thilo Hofmann, tendo sido publicado no periódico Environmental Science & Technology, volume 45, número 14, págs. 6111-6117, 2011, DOI: 10.1021/es2007726. |
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