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NOVIDADES
Uma equipe franco-alemã-suíça de cientistas desenvolveu um laser portátil, de alta potência, denominado Teramobile, cujo objetivo é transformá-lo em instrumento de controle meteorológico. Este laser, que pode gerar uma potência de 5 terawats (1012 watts) durante algumas dezenas de segundos, envia pulsos luminosos bastante curtos, que favorecem a formação de gotículas nas nuvens. Contudo, a tecnologia só é eficaz quando a atmosfera está carregada de vapor de água. Após um primeiro teste, concluído em 2010, os cientistas da Universidade de Genebra reiteraram sua proeza às margens do lago Leman, situado na Suíça. No final de 133 horas de "tiros" repetidos, se formaram partículas de ácidos nítricos. Estas partículas agem como núcleos ao redor dos quais as gotas de água podem vir a se aglomerar, o que as impede de se evaporar novamente. Em alguns segundos, as gotas de água se desenvolvem em gotinhas mais estáveis, de alguns milésimos de milímetros de diâmetro. "Não fizemos cair chuva", explica Jérôme Kasparian, físico da Universidade de Genebra, cujos resultados foram publicados recentemente na revista Nature Communications. "As gotas são muitíssimo pequenas e levíssimas para cair sob forma de chuva. "E acrescentou: "Para provocar precipitações, seria preciso obter partículas 100 vezes maiores e, assim, capazes de cair." O Teramobile é o primeiro laser portátil do mundo, da classe terawatts. Emite pulsos de fentosegundos em 800 nm. Créditos: Université Jean Moulin Lyon 3 / Alexis Gratié.
A China, que é um dos raros países do mundo a possuir um Escritório de Variação Climática (Weather Modification Office), envia regularmente foguetes para semear as nuvens. Aliás, uma campanha foi organizada exatamente antes dos últimos jogos olímpicos de verão, para impedir as chuvas durante a cerimônia de abertura. Os foguetes, cheios de iodeto de prata, liberam as partículas a uma certa altitude, que agem como núcleos de condensação no céu para as gotículas de água. Entretanto, a técnica empregada hoje pelos chineses, precedidos no tempo pelos russos e alemães, nunca provou sua real eficácia. A equipe Teramobile deseja, agora, permitir que este laser varra grandes superfícies do céu. Com um alcance de vários quilômetros, o instrumento facilmente atinge zonas da atmosfera onde habitualmente se formam as gotículas de chuva. Outra vantagem: o método evita enviar produtos químicos à atmosfera, como o iodeto de prata ou outros sais, ainda utilizados na Sérvia para reduzir o tamanho do granizo, quando das tempestades. "Do ponto de vista técnico, varrer o céu com um laser não é verdadeiramente um problema, as "boates noturnas" o fazem regularmente!", conclui Jérôme Kasparian. Journal de l'Environnment (Tradução - MIA). Nota do Scientific Editor: o trabalho "Field measurements suggest the mechanism of laser-assisted water condensation" - que deu origem a esta notícia -, é de autoria de S. Henin,Y. Petit, P. Rohwetter, K. Stelmaszczyk, Z.Q. Hao,W.M. Nakaema, A. Vogel,T. Pohl, F. Schneider, J. Kasparian, K. Weber, L. Wöstee e J.-P. Wolf, tendo sido publicado na revista Nature Communications, Volume 2, Artigo 456, 2011, DOI:10.1038/ncomms1462. Assuntos Conexos: |
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