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Um dia comer-se-á carne obtida in vitro ?

Vários pesquisadores europeus realizam um trabalho de pioneiros para explorar a possibilidade de, um dia, substituir toda a produção de carne pela cultura in vitro de células-tronco. Além de eliminar a necessidade de sacrificar animais, essa técnica aparece como bem mais econômica e segura do ponto de vista ecológico.

No mundo, o consumo de carne não cessa de aumentar, o que coloca múltiplos problemas. Se a humanidade optasse por uma dieta estritamente vegetariana, grandes quantidades de água e de energia seriam economizadas. Superfícies cultiváveis novas seriam liberadas, contribuindo para reduzir a produção de gás de efeito estufa, sem falar de outras poluições, como aquela relacionada ao estrume. Além disso, a criação em massa aumenta os riscos de aparecimento de epidemias e leva à utilização excessiva de antibióticos, contribuindo para a emergência de microorganismos resistentes. Para alguns, se colocam também problemas de ética, estes, sem dúvida, veriam com bons olhos uma renúncia ao consumo de carne.

Mesmo que uma conversão geral a uma alimentação vegetariana seja bem pouco provável, a realidade arrisca, entretanto, a obrigar homens e mulheres deste planeta a rever suas opções alimentares, se desejam perseguir um desenvolvimento durável.



Células musculares se desenvolvem neste meio de cultura sobre microesferas.

Créditos: Patric Wallin, Chalmers University of Technology.


Alguns pesquisadores audaciosos se reuniram há pouco tempo na Universidade Chalmers, na Suécia, para um colóquio interdisciplinar. Eram especialistas de engenharia tissular e de células-tronco, ecologistas bem como sociólogos e economistas. Seu objetivo era passar em revista todos os aspectos de uma transformação da produção de carne em escala industrial. A ideia de base era ver se seria possível e vantajoso passar da criação de rebanhos, fazendo crescer diretamente, a partir de células-tronco, bifes in vitro. Os nutrientes necessários ao crescimento de tais células-tronco deveriam, eles também, ser inscritos no quadro de um desenvolvimento durável. Parece que a melhor fonte seja aquela das algas azuis esverdeadas.


As economias dos bifes cultivados

Em laboratório, a cultura de células musculares in vitro já é uma realidade. No final, os 25 pesquisadores reunidos chegaram a várias conclusões sobre a possibilidade de vencer os problemas colocados por uma alimentação animal saída dos rebanhos pela cultura de carne in vitro. De acordo com eles, são as seguintes as avaliações:


Comparada à criação de gado, a carne cultivada ofereceria:

- uma redução do consumo de energia de 45%;

- uma redução de gás de efeito estufa de 96%;

- uma redução da superfície que deve ser utilizada de 99%;

- uma redução do consumo de água de 96%.


Os trabalhos de laboratório conduzirão um dia a produções industriais que competirão com os rebanhos?



Células-tronco musculares cultivadas em um gel nutritivo sobre Velcro.

Créditos: Bart van Overbeeke, Eindhoven University of Technology.


Futura Sciences (Tradução - MIA).


Nota do Scientific Editor: o trabalho "Environmental Impacts of Cultured Meat Production", que deu origem a esta notícia, é de autoria de Hanna L. Tuomisto e M. Joost Teixeira de Mattos, tendo sido publicado na revista Environmetal Science & Technology, volume 45, número 14, págs. 6117-6123, 2011, DOI: 10.1021/es200130u.


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