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Combustão espontânea de nanobolhas.

Pela primeira vez, pesquisadores da Universidade de Twente (MESA e Instituto de Nanotecnologia), Holanda, demonstraram que a combustão instantânea era possível, em uma publicação do Journal Physical Review. Os pesquisadores têm intenção de utilizar o fenômeno para construir um alto-falante compacto, baseado em ultrassom.

O fato de que uma reação violenta tenha lugar não é dos mais surpreendentes, se considerarmos os prejuízos causados pelos eletrodos com os quais a reação é iniciada. Estes eletrodos são utilizados para fabricar hidrogênio e oxigênio por eletrólise, de modo habitual, em uma pequeníssima câmara de reação. Se os pólos positivo e negativo são continuamente alternados, as minúsculas bolhas de gás, contendo ao mesmo tempo os dois gases, se fazem presentes.

A frequência com a qual os pólos são alternados determina o tamanho das bolhas: mais se aumenta a frequência, menores são as bolhas. Esta combustão não tem lugar senão para as bolhas que não ultrapassam 150 nanômetros (um nanômetro equivale a um bilionésimo do metro), nada se passa com as bolhas maiores, podendo o calor se dissipar em uma grande superfície interna.

Quando o pesquisador Vitaly Svetovoy estava trabalhando na construção de um atuador que permitisse criar rapidamente uma pressão, o fenômeno surgiu. Estes atuadores são usados, por exemplo, na área médica, nos alto-falantes de frequências ultrassônicas, indetectáveis pelo ouvido humano.



Formação de bolhas nos eletrodos durante a eletrólise (pode ser vista em a e b ). Situações c, d, e e mostram a formação de hidrogênio e oxigênio, à esquerda, somente hidrogênio no meio e somente oxigênio à direita. A situação e mostra que a combustão ocorre no lado esquerdo. Nenhuma bolha pode ser vista nos eletrodos.

Créditos: Twente University.



Nenhuma técnica mecânica atualmente disponível está adaptada para construir um alto-falante de tipo assim compacto, que ainda seja capaz de realizar uma flexão da ordem do metro por segundo. Svetovoy pensou, entretanto, que poderia ser possível aumentar a pressão com bolhas. O problema seria ter uma situação em que as bolhas pudessem ser criadas rapidissimamente, mas que não desaparecessem tão rapidamente. A reação de combustão que agora foi demonstrada poderia resolver o problema. Contudo, ela provoca outros, tais como os danos criados nos eletrodos. "É o que, para o futuro, deveremos resolver", declarou Svetovoy.

Twente University (Tradução - MIA).


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