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Não se veja em apuros com um celular descarregado. Uma nova tecnologia promissora chamada de Power Felt, um dispositivo termoelétrico que converte o calor do corpo em corrente elétrica, poderá, em breve, criar energia suficiente para efetuar mais uma chamada, simplesmente com um toque. O estudante de pós-graduação Corey Hewitt trabalha com uma amostra de tecido termoelétrico no laboratório de nanotecnologia. Créditos: Universidade Wake Forest.
Desenvolvido por pesquisadores do Centro de Nanotecnologia e Materiais Moleculares da Universidade Wake Forest, o Power Felt é um dispositivo com aspecto semelhante ao de um tecido, composto de nanotubos de carbono fixados em fibras flexíveis de plástico. A tecnologia usa diferenças de temperatura - por exemplo, entre a temperatura ambiente e a temperatura do corpo humano -, para criar cargas elétricas. "Nós desperdiçamos muita energia na forma de calor. Por exemplo, a recapturação da energia desperdiçada por um carro poderia ajudar a melhorar o consumo de combustível e abastecer o rádio, o ar condicionado e o sistema de navegação", disse Corey Hewitt, pesquisador da Universidade de Wake Forest. "Geralmente termoelétricos são uma tecnologia pouco desenvolvida para captação de energia, ainda que haja muitas oportunidades para isso." Dentre os usos potenciais do Power Felt estão o revestimento de banco de automóveis, capaz de aumentar a energia da bateria e, portanto, útil nas necessidades elétricas; tubos isolantes ou que coletam calor de telhados, servindo para reduzir o consumo de gás e energia; roupas de revestimento ou equipamentos esportivos capazes de monitorar o desempenho; ou uma envoltória intravenosa, ou em locais feridos, para acompanhar melhor as necessidades médicas de pacientes. "Imagine isso em um kit de emergência, permitindo ser possível ligar uma lanterna ou um rádio e carregar um celular", disse David Carroll, diretor do Centro de Nanotecnologia e Materiais Moleculares. "O Power Felt pode suprir as necessidades durante quedas de energia ou acidentes." Os custos foram os responsáveis por evitar que sistemas termoelétricos fossem usados mais amplamente em produtos de consumo. Dispositivos termoelétricos padrões usam um composto bem mais eficiente, conhecido como telureto de bismuto, para transformar calor em energia em produtos nos quais estão incluídos refrigeradores móveis e coolers de CPUs, mas os pesquisadores dizem que isso pode custar 1000 dólares por quilograma. Semelhante ao silício, há uma acessibilidade do Power Felt com a demanda em volume e pensa-se ser possível que, algum dia, o custo seja de somente 1 dólar para adicioná-lo aos revestimentos de celulares. Atualmente, 72 camadas empilhadas no tecido produzem cerca de 140 nanowatts de energia. A equipe está avaliando diversas maneiras de adicionar mais camadas de nanotubos e torná-los ainda mais finos de modo a aumentar a potência. Embora ainda haja muito trabalho a ser feito antes do Power Felt estar pronto para o mercado, Hewitt afirmou: "Eu imagino que seja possível fazer uma jaqueta com um forro completamente termoelétrico que aquece a partir do calor do corpo, enquanto o exterior permanece frio devido a temperatura do ambiente. Se o Power Felt é suficientemente eficiente, você é potencialmente capaz de carregar um iPod, o que seria ótimo para corredores de longa distância. Isto está definitivamente ao nosso alcance." WFU (Tradução - AGS). Nota do Scientific Editor: o trabalho "Multilayered Carbon Nanotube/Polymer Composite Based Thermoelectric Fabrics", que deu origem a esta notícia, é de autoria de Corey A. Hewitt, Alan B. Kaiser, Siegmar Roth, Matt Craps, Richard Czerw e David L. Carroll, tendo sido publicadob online no periódico Nano Letters, e pode ser acessado no link http://dx.doi.org/ 10.1021/nl203806q. |
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