|
NOVIDADES
Esse não é o primeiro transistor monoatômico, mas essa é a primeira vez que se fabrica um, de modo suficientemente controlado, para, um dia, esperar passar a uma produção industrial. Ultrapassando as predições da lei de Moore, a performance poderia acelerar a realização de computadores quânticos verdadeiramente performantes. A lei enunciada pelo fundador da Intel, Gordon Moore, tem mais de quarenta anos. Seu enunciado preciso variou ao longo dos anos, geralmente estando de acordo que o número de transistores de microprocessadores sobre um chip de silício duplica a cada dezoito meses. Não se trata aqui senão de uma lei empírica, mas ela é muito bem verificada pelos progressos da tecnologia. Esta constatação, entretanto, poderia ser questionada, na sequência de uma publicação na Nature Nanotechnology, de um artigo dando conta de um avanço na obtenção de transistores sobre um suporte de silício. Um grupo internacional de pesquisadores, principalmente australianos, acaba de anunciar estar efetivamente em condições de fabricar, com precisão, um transistor composto de um único átomo de fósforo sobre uma camada de átomos de silício. Esta não é a primeira vez que se consegue realizar um transistor com um único átomo. Mas, para fabricar chips, é preciso poder construir redes de transistores regulares sobre um suporte. Gordon Moore e sua lei. Créditos: Intel Corporation
Uma técnica baseada no emprego de um microscópio de tunelamento teria, portanto, permitido aos pesquisadores das universidades de New South Wales, Purdue e Melbourne vencer os obstáculos encontrados até aqui pelos seus colegas explorando o nanomundo. Como um dos pesquisadores comenta, a obtenção controlada de transistores monoatômicos é um avanço sobre a lei de Moore, que a previa para 2020. Realmente, em função do tamanho atômico deste transistor, esperar-se-ia um limite físico, visto que se está aqui no domínio onde reinam a mecânica quântica, sua "névoa" probabilística e as desigualdades de Heisenberg. Mas é também, neste nível, que computadores quânticos se tornam possíveis, e os pesquisadores não escondem sua esperança de abrir, assim, uma nova via para atingir o Santo Graal do supercalculador quântico. Como sempre, a decoerência é o dragão a exorcizar, e, para muitos, isso seria um milagre. Deve-se geralmente resfriar com nitrogênio líquido os sistemas com os quais se quer realizar cálculos quânticos. Isto, por outro lado, é o que é preciso fazer no transistor monoatômico aqui apresentado. Um obstáculo da lei de Moore foi talvez transposto, mas não é ainda evidente que a maioria dos computadores poderá se beneficiar deste avanço nos próximos vinte anos. Futura Science (Tradução - MIA). Nota do Scientific Editor: o artigo "A single-atom transistor", que deu origem a esta notícia, de autoria de Martin Fueschsle, Jill A. Miwa, Suddhasatta Mahapatra, Hoon Ryu, Sunhee Lee, Oliver Warschkow,Lloyd C. L. Hollenberg,Gerhard Klimeck and & Michelle Y. Simmons foi publicado no periódico Nature Nanotecnology, online 2012, DOI: 10.1038/nnano.2012.21. |
© 2001-2020 LQES - lqes@iqm.unicamp.br
sobre o lqes | políticas | link o lqes | divulgação | fale conosco