A queratina e o ar amplificam o azul das penas

Richard Prum, ornitólogo da Universidade de Yale (EUA), descobriu que as penas das aves se tornam azuis de maneira diferente, após ter estudado várias espécies de aves que vivem na América Central e na América do Sul. Observando-as, notou que as aves apresentavam todas penas azuis, mas com tons diferentes. Com seus colegas, analisou algumas penas, representativas de cada categoria de azul, no Laboratório Nacional de Argonne, em Illinois (EUA), precisa o Smithsonian Magazine.

Prum descobriu que em cada célula das penas, moléculas planas de queratina, assegurando aos pássaros uma pele impermeável, se separavam da água. Assim, quando a célula morre, a água se evapora e é substituída pelo ar. As proteínas de queratina absorvem, pois, bolsas de ar, como esponjas.

Logo, quando a luz atinge uma pena azul, a estrutura de queratina emite raios vermelhos e amarelos para anular o efeito dos raios de luz, enquanto que os raios azuis são reforçados pela queratina. A cor azul é gerada pela interação da luz com o arranjo 3D das penas. Assim, as diferentes formas e tamanhos dessas bolsas de ar e de queratina criam diferentes tons de azul.


Penas azuis para agradar as "garotas"?

Entretanto, apesar de uma estrutura tão precisa, o fenômeno aparece regularmente nas famílias de pássaros, particularmente nos machos. As penas azuis poderiam, assim, significar que o macho está bem alimentado, com boa saúde e possui bons genes. "Isto tem a mesma função que os sites de encontro", declara Richard Prum, como relata o Smithsonian Magazine. Contudo, segundo ele, os cientistas vão longe demais na significação dessa "veste azul", quando esses pássaros poderiam "simplesmente ser belos".

De fato, o Smithsonian Magazine explica que Richard Prum considera que a beleza física dos animais evolui em função da atração que ela suscita. "Na verdade, é sobretudo questão do que desejam as fêmeas . Resultado: é realmente de beleza que se fala", explica o ornitólogo.

MaxiSciences (Tradução - MIA).