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Um grande problema : o que fazer dos resíduos de pílulas anticoncepcionais nos esgotos ?

O problema é conhecido há bastante tempo. Mulheres que tomam pílulas rejeitam na urina resíduos do 17a-etinilestradiol (EE2). Trata-se de fato de estrogênio oralmente ativo, o mais utilizado no mundo. Este hormônio sintético, que age mesmo em doses baixas, é um dos hormônios rejeitados pelas mulheres nas águas servidas, dentre um coquetel de hormônios naturais e sintéticos.

As estações de tratamento não conseguem eliminá-los, ou não contam com os equipamentos adequados.

Resultado: estes hormônios acabam seu curso em ambiente natural. Um estudo publicado em 2004 mostra que 35 a 50% do estrogênio detectado nos rios é oriundo de pílulas anticoncepcionais.



Os resíduos de pílulas anticoncepcionais acabam nos cursos d'água.

Créditos: JDE.


Mas este hormônio sintético tem um impacto real sobre a fauna e a flora. Ele está na origem de um fenômeno de feminilização das espécies e afeta diretamente sua fertilidade.

Sobre os humanos, os efeitos nunca puderam ser provados, embora certos estudos mostrem que altas concentrações no ambiente poderiam potencialmente afetar a fertilidade e a reprodução.

A Europa considera seriamente a obrigação da eliminação do EE2 das águas usadas. Contudo, um estudo científico, publicado em 24 de maio na revista Nature, sublinha que a decisão poderá ser de difícil aplicação, por razões técnicas mas sobretudo econômicas.

O governo britânico, por seu lado, estima que eliminar o EE2 das 1.360 estações de tratamento da Inglaterra e do País de Gales custaria entre 32 e 37 bilhões de euros, segundo Richard Owen, professor na Universidade de Exeter (Reino Unido).

A filtração com carvão ativo é um dos métodos mais eficazes para eliminação do EE2. Outras técnicas, mais caras, possibilitam abater ainda mais as concentrações, permitindo alcançar os valores de qualidade que a Europa visa aplicar.

Em 6 de novembro de 2012, o Parlamento Europeu deverá examinar a possibilidade de reforçar as exigências da Europa em matéria de valores-limite aceitáveis para os rejeitos das estações de tratamento.

Em um contexto de crise financeira, "a necessidade de debate é urgente" para regulamentar o problema dos resíduos farmacêuticos nas águas, afirmam Richard Owen e Susan Jobling, autores do estudo.

Journal d'Environnement (Tradução - MIA).


Nota do Scientific Editor - O trabalho "Environmental science: The hidden costs of flexible fertility", que deu origem a esta nota, é de autoria de Richard Owen e Susan Jobling, tendo sido publicado na revista Nature, volume 485, número 441, 2012, DOI: 10.1038/485441a.


Assuntos Conexos:

Potável, porém contaminada.

Entrevista exclusiva ao LQES NEWS de Wilson de Figueiredo Jardim, Coordenador do Laboratório de Química Ambiental do Instituto de Química da Unicamp (IQ-Unicamp).

Cartilha para a Implementação de um Programa de Gerenciamento de Resíduos Químicos (Pgrq).


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