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Nanopartículas detectam bioquímica de inflamação.

O equilíbrio químico no interior de um tecido é alterado, num processo de inflamação, como resultado da acumulação de espécies reativas de oxigênio (ROS), tais como peróxido de hidrogênio, que podem causar estresse oxidativo e efeitos tóxicos associados.

Embora alguns ROS sejam importantes na regulação do ciclo celular e nos mecanismos de defesa do corpo, estes produtos químicos também contribuem para e são indicadores de muitas doenças, incluindo a disfunção cardiovascular.

Ada Almutairi - professora-associada da Skaggs School of Pharmacy and Pharmaceutical Sciences, Department of NanoEngineering do Material Sciences and Engineering Program, da Universidade da Califórnia, em São Diego (EUA) -, e seus colegas desenvolveram o primeiro polímero degradável, extremamente sensível à baixas concentrações, mas biologicamente relevantes, de peróxido de hidrogênio.

As cápsulas poliméricas, ou nanopartículas, são "apanhadas" por macrófagos e neutrófilos - células do sistema imunológico que correm para o local da inflamação. As nanopartículas, então, liberam seu conteúdo ao se degradarem na presença do peróxido de hidrogênio produzido por estas células.



O estresse oxidativo é causado principalmente por acumulação de peróxido de hidrogênio e distingue tecido inflamado do tecido saudável.

Créditos: JACS.


"Este é o primeiro exemplo de um modo biocompatível para responder ao estresse oxidativo e inflamação", disse Almutairi, diretora do Laboratory of Bioresponsive Materials, da Universidade da Califórnia, em San Diego. "Devido ao fato das cápsulas terem sido feitas para se biodegradar e liberar seu conteúdo quando encontram o peróxido de hidrogênio, podem também permitir a entrega de fármacos ao tecido doente".

Almutairi perspectiva testar este método em um modelo de aterosclerose (doença inflamatória crônica, caracterizada pela formação de ateromas dentro dos vasos sanguíneos). "Os cardiologistas de há muito vêm necessitando de um método não-invasivo que os permita determinar quais pacientes são vulneráveis a um ataque cardíaco, causado pelo rompimento de uma placa nas artérias, antes do ataque", disse ela. "Desde que as placas mais perigosas estejam inflamadas, nosso sistema pode oferecer uma maneira segura de detecção e tratamento desta doença".

Press Release Universidade da Califórnia, San Diego (Tradução - MIA).


Nota do Scientific Editor - O trabalho "Biocompatible Polymeric Nanoparticles Degrade and Release Cargo in Response to Biologically Relevant Levels of Hydrogen Peroxide", que deu origem a esta notícia, é de autoria de Caroline de Gracia Lux, Shivanjali Joshi-Barr, Trung Nguyen, Enas Mahmoud, Eric Schopf, Nadezda Fomina e Adah Almutairi, tendo sido publicado na revista Journal of American Chemical Society, volume 134, número 38, págs. 15758-15764, 2012, DOI: 10.1021/ja303372u.


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