Laboratório de Química do Estado Sólido
 LQES NEWS  portfólio  em pauta | pontos de vista | vivência lqes | lqes cultural | lqes responde 
 o laboratório | projetos e pesquisa | bibliotecas lqes | publicações e teses | serviços técno-científicos | alunos e alumni 

LQES
lqes news
novidades de C&T&I e do LQES

2021

2020

2019

2018

2017

2016

2015

2014

2013

2012

2011

2010

2009

2008

2007

2006

2005

2004

2003

2002

2001

LQES News anteriores

em foco

hot temas

 
NOVIDADES

Prêmio Nobel de Química 2012.

As proteínas G, que se encontram na superfície das células de mamíferos, servem como sensores para o olfato, o paladar, a sensibilidade à luz [a fotossensibilidade], a ação dos hormônios e também dos medicamentos. O conhecimento destas proteínas deram início a numerosos estudos de bioquímica e de farmacologia.

Os receptores acoplados às proteínas G, ou RCPGs, são pouco conhecidos, e os trabalhos sobre eles, ainda menos. De fato, para Robert Lefkowitz, bioquímico no Instituto Médico Howard Hughes (EUA), o anúncio de seu Prêmio Nobel "foi um choque total e uma surpresa", relata a Agência France Press. Brian Kobika, da Universidade de Stanford (EUA) (Califórnia), também recompensado, diz que o prêmio não era esperado: "não estava acostumado que minhas pesquisas recebessem tal atenção". [Brian Kobilka, pesquisador da Escola Universitária de Medicina, de Stanford (EUA), também recompensado, diz que .....]

No entanto, se é uma surpresa, o Prêmio Nobel de Química 2012 recompensa pesquisas frutuosas para a biologia e rica em aplicações em farmacologia. Estes RCPGs, como explicou Ralf Jockers à Futura Sciences, estão instalados sobre a membrana das células de mamíferos. Numerosíssimos e muito variados, eles captam estímulos de todo tipo, moléculas, átomos ou fótons. Estas moléculas de grande tamanho, se apresentam no exterior da célula, mas também no interior. Quando um RCPG é ativado pelo estímulo ao qual é sensível, reage, do lado interno com as proteínas de tipo "G", assim chamadas porque se ligam à GDP (do inglês, guanosine diphosphate), uma coenzima. Assim ativada, esta proteína G irá desencadear uma cascata de eventos na célula.



Da esquerda para a direita, Robert Lefkowitz e Brian Kobilka, ganhadores do Prêmio Nobel de Química 2012.

Créditos: Comitê Nobel.


Entender os receptores..., é melhor usá-los.


Eles estão na origem do sentido do olfato e do paladar. A sensibilidade à luz passa pelos RCPGs e eles estão aí também para responder, no interior de nosso corpo, aos hormônios e aos neurotransmissores. Os RCPGs desempenham, pois, um papel-chave nas comunicações entre os bilhões de células de nosso corpo, mas também com o mundo exterior.

Para a farmacologia, eles constituem um desafio considerável. Sven Lindin, membro do comitê Nobel, afirma que "até a metade" medicamentos "repousam sobre uma ação visando os RCPGs". Em outras palavras, entender melhor estes receptores permite criar medicamentos mais eficazes ou tendo menos efeitos colaterais. Estas aplicações não pertencem a um futuro longínquo, sendo atualmente objeto de estudo em todo o mundo. Acaba-se, por exemplo, de descobrir que um RCPG anormal interviria em certas diabetes de tipo 2, que um outro poderá servir para tratar a calvície e, ainda, que a morfina seria substituível por um produto com a mesma ação, mas sem os efeitos secundários.




Diagrama esquemático de um RCPG, receptor acoplado à proteína G, instalado sobre a membrana de uma célula. Com sua estrutura que comporta 7 hélices, que se estendem para fora da célula (superior) e no interior (na parte inferior). Estímulos específicos (molécula, íon, luz ...) são ativados com sua presença. Sua interação com as proteínas G provoca fosfatização de uma coenzima, a GDP, difosfato de guanosina, que se torna trifosfato (GTP). Ativada desta forma a proteína G provoca a ação de diferentes efeitos, que alteram o metabolismo da célula. (Bockaert et Pin)


Desvendar os segredos destes receptores, é todo o trabalho realizado, discretamente, há anos, por Robert Lefkowitz et Brian Kobilka. Este último, especialmente, determinou a estrutura de um RCPG, o beta 2-adrenérgico, encontrado, entre outros, no pulmão, onde provoca um relaxamento das fibras musculares dos brônquios. Aliás, ele é utilizado como broncodilatador. Robert Lefkowitz também trabalhou com este receptor adrenérgico, depois com outros, dos quais determinou a fórmula. Foi a partir deste trabalho que os bioquímicos começaram a entender que todos os RCPGs, por mais diferentes que sejam, compartilham uma mesma estrutura.

Estes trabalhos são fundamentais em sua essência e tiveram pouca ressonância fora de áreas especializadas, não obstante serem frequentemente citados na literatura científica, tendo levado a inúmeros estudos, em biologia e em farmacologia.

Futura Sciences (Tradução - MIA).


<< voltar para novidades

 © 2001-2020 LQES - lqes@iqm.unicamp.br sobre o lqes | políticas | link o lqes | divulgação | fale conosco