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NOVIDADES
Os permafrost se estenderiam sobre um quarto das terras imersas do hemisfério norte. Eles se caracterizam pela presença de subsolos gelados durante mais de dois anos. Atualmente, são objeto de muita atenção. De fato, o aquecimento climático induzido por diversas poluições de origem antrópica poderia fazê-los fundir progressivamente nas décadas futuras. No entanto, eles têm grandes quantidades de carbono que, se liberadas, amplificarão o aquecimento global. A fim de estimar os riscos que poderiam acompanhar a fusão desses territórios, as quantidades de carbono que abrigam devem ser conhecidas. Sua caracterização é, entretanto, difícil porque numerosas perfurações são necessárias, no interior de regiões remotas do globo, incluindo o Alasca, Canadá ou na Sibéria. Em 2009, um estudo baseado em sondagens realizadas em até 3 metros de profundidade, em 45 locais, forneceu uma estimativa precisa do carbono aprisionado nos subsolos gelados do Ártico: cerca de 1.600 bilhões de toneladas. Este número acaba de ser questionado por Gustaf Hugelius, da Universidade de Estocolmo (Suécia), quando do encontro da American Geophysical Union (AGU). O pesquisador analisou 405 locais suplementares, estudando arquivos ou analisando novas perfurações no local. Segundo ele, os permafrost conteriam 1.894 bilhões de toneladas de carbono, ou seja: 13% mais que a estimativa precedente! Conhecer as reservas deste elemento não é suficiente para estimar o risco climático. A área total do permafrost, fundida, deve também ser conhecida, assim como a quantidade de CO2 que emitirão os microorganismos na atmosfera, consumindo o carbono liberado. Segundo um estudo publicado este ano, se as emissões de gás de efeito estufa se mantiverem no seu nível atual, 436 bilhões de toneladas de carbono poderiam ser liberadas daqui a 2100. Os permafrost são quase sempre permanentes além dos 60e graus de latitude norte. O congelamento do solo provoca numerosas mudanças de suas propriedades físicas. Ele tende particularmente a inchar. Créditos: USGS.
No final, a fusão dos solos gelados do Ártico poderia provocar uma rápida liberação de CO2, equivalente a cerca de duas vezes as emissões mundiais anuais, de origem antrópica, de dióxido de carbono. Caso ela aconteça, este impulso aceleraria o aquecimento climático, assim como o aumento do nível dos mares e a acidificação dos oceanos dela decorrentes. A fusão do Ártico representaria, portanto, uma "bomba climática", ainda mais poderosa do que se pensava anteriormente. Futura Science (Tradução - MIA). Assuntos Conexos: |
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