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Após a explosão da bolha internet, a explosão da bolha nano? O anúncio surpreendeu o universo dos materiais. Uma das principais fabricantes mundiais de nanotubos de carbono, a alemã Bayer acaba de decidir por encerrar sua produção. "Os mercados e as áreas de aplicação não se desenvolveram como havíamos suposto", admite Stefan Paul Mechnig, porta-voz da Bayer MaterialScience, a filial encarregada desta atividade. "É pouco provável que aplicações inovadoras destinadas ao consumo de massa surjam em um futuro próximo." A empresa vai, portanto, fechar sua fábrica de Leverkusen (Alemanha), na qual tinha investido mais de 20 milhões de euros em 2010 - uma instalação industrial capaz de produzir a cada ano 200 toneladas desses minúsculos tubos compostos de átomos de carbono. Um abandono que prejudica o otimismo inabalável do mundo dos nanomateriais, mais afeito ao sucesso do que ao malogro... Desde seu grande desenvolvimento nos anos 1990, os nanotubos de carbono inflamaram a mente dos cientistas e alimentaram os mais loucos fantasmas industriais. Graças às propriedades mecânicas e elétricas excepcionais dos nanotubos de carbono, pensava-se construir um elevador para alcançar o espaço, revolucionar o armazenamento de energia, construir pontes sem metal... Raros eram os setores industriais que não previam uma revolução. Passados vinte anos, os nanotubos não encontraram a via da comercialização! Créditos: Usine Nouvelle.
Os nanotubos apresentam uma síntese complexa, dificuldade de produzir nanotubos idênticos, incertezas sanitárias, concorrência com materiais menos caros como as fibras de carbono e o negro de fumo... Os obstáculos são numerosos e uma forma de volta à realidade emerge. "O mercado é bem mais lento que o inicialmente previsto", admite Richard Audry, responsável pelo desenvolvimento de materiais avançados da Arkema. "Ele é mais limitado do que havíamos imaginado." A empresa química francesa é uma das três grandes produtoras europeias de nanotubos de carbono, com uma fábrica piloto situada em Mont (Hautes-Pyrénées, França). Sua capacidade de produção é de 400 toneladas por ano. Além de tudo isto, o setor enfrenta supercapacidade de produção. A japonesa Showa Denko procedeu a uma reestruturação de sua capacidade de produção de nanotubos, quando anunciou, em 2009, a construção de uma fábrica capaz de produzir 400 toneladas por ano. Atualmente, ninguém está enclinado a falar do nível real de sua produção, que estaria bem abaixo das capacidades instaladas. Os estudos sobre o mercado mundial dos nanotubos de carbono, evocando mais de 2 bilhões de euros no horizonte de 2020, estariam muito otimistas. Portanto, o setor deve suportar uma concorrência cada vez mais difícil, em particular com a presença de atores ambiciosos, como a empresa chinesa CNANO, que produz a custos mais baixos. "A concorrência existe e haverá batalhas tecnológicas a curto e médio prazos", estima Laurent Kosbach, diretor de marketing na Nanocyl. Esta empresa belga, terceira produtora europeia, tem uma capacidade de produção de 460 toneladas/ano... Devemos lançar os nanotubos de carbono no esquecimento da história industrial? Não! Mas as aplicações deverão ser mais focadas e, menos, de "olhos fechados" . "Nos demos conta de que a adição de pequenas porcentagens de nanotubos de carbono são suficientes para melhorar, de modo significativo, as performances mecânicas de tubos de concreto, placas de estufas agrícolas de policarbonato e canalizações de polietileno", diz Richard Audry. Na Nanocyl, colocam-se como "frente de batalha" as pinturas autolimpantes para cascos de barcos e navios e materiais de construção com propriedades antifogo. Mas a aplicação principal parece ser a introdução de nanotubos em eletrodos de baterias de íon lítio e de lítio-enxofre para os veículos elétricos, a fim de melhorar sua eficiência. Após sua impetuosa crise da adolescência, os nanotubos de carbono vislumbram o caminho da maturidade. Usine Nouvelle (Tradução - MIA). |
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