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NOVIDADES
As comunidades globais de pesquisa e as indústrias estão gerando mais capital do que nunca para o desenvolvimento e aplicações dos nanotubos de carbono. Entretanto, as dificuldades na capacidade de controlar exatamente esse material, do ponto de vista estrutural e funcional, têm limitado sua aplicação no mundo real. Com as propriedades notáveis da ligação sp² carbono-carbono, essas folhas concêntricas de carbono fazem com que uma camada de carbono de parede simples seja bastante leve, extremamente flexível, com excepcional estabilidade térmica e uma condutividade elétrica impressionante. A aplicação de nanotubos de carbono na fiação elétrica e, mais importante, o uso desse material para a fiação em grande escala comercial irão, definitivamente, revolucionar o desenvolvimento de várias tecnologias, indo desde dispositivos elétricos domésticos até mudanças no processo com que aeronaves espaciais e produtos automotivos são construídos. Pesquisadores da Universidade de Cambridge (Reino Unido) demonstraram o fascinante desenvolvimento de nanotubos de carbono em fios longos e excepcionalmente resistentes que, quando comparados com os fios de cobre, são mais leves (1/10 em relação ao peso do cobre). Há ainda a vantagem dos nanotubos de carbono reduzirem a perda de energia durante a transmissão elétrica, fato tipicamente observado quando da utilização de fios de cobre. Fazendo fios de nanotubos de carbono de 1mm. Créditos: University of Cambridge.
Esses fios de nanotubos de carbono têm sido descritos como um "algodão doce" e, ao que tudo indica, os pesquisadores na Universidade de Cambridge são já capazes de alcançar um sofisticado nível de controle na produção dessa estrutura cilíndrica de carbono. "É relativamente simples fazer um fio de nanotubos de carbono, com vários metros de comprimento, e usá-lo em um sistema elétrico", afirmou o Dr. Krzysztof Koziol, da Universidade de Cambridge. Comparados aos fios de cobre, susceptíveis à corrosão devido à oxidação e resultando em problemas de falha do sistema em produtos eletrônicos, os nanotubos tornaram-se uma peça chave no atendimento às demandas atuais nesse setor. Um processo de deposição de vapor químico - desenvolvido por Alan Windle, professor da Universidade de Cambridge -, foi usado para ajudar a desenvolver uma extensa fiação de nanotubos de carbono em fios longos. Um processo de síntese seletiva tem permitido o controle rigoroso sobre a produção de estruturas de nanotubos de carbono, com elevado grau de pureza. O processo de produção se torna completo com a utilização de enxofre, que se comporta como agente "promotor" da separação entre as partículas do catalisador e os nanotubos de carbono, criando uma nuvem de nanotubos de carbono emaranhados. Isto faz com que estes tubos tenham consistência suficiente para ser puxados como um longo fio, com comprimentos atingindo cerca de 100.000 vezes seu diâmetro. Quando torcida, esta longa linha de nanotubos de carbono pode dar origem a um fio com cerca de 1 milímetro de diâmetro. Se os fios de nanotubos de carbono atingirem ou excederem a condutividade dos fios de cobre, certamente haverá um aumento no desenvolvimento comercial dos nanotubos de carbono. Esta pesquisa abre, realmente, caminho para uma mudança na fabricação, em larga escala, de materiais à base de nanotubos de carbono, na medida em que vem ao encontro do uso crescente de eletricidade. Nanowerk (Tradução AGS/OLA). Nota do Scientific Editor - O trabalho que deu origem a esta notícia: "Continuous Direct Spinning of Fibers of Single-walled Carbon Nanotubes with Metallic Chirality", é de autoria de Rajyashree M. Sundaram, Krzysztof K. K. Koziol e Alan H. Windle, tendo sido publicado na Advanced Materials 23, 5064-5068 (2013), podendo ser acessado, por quem tem assinatura, no link http://dx.doi.org/ adma.201102754. |
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