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NOVIDADES
O conceito acaba de ser testado, uma vez que o líquido que todos nós excretamos foi utilizado para carregar um telefone celular e fazer uma chamada. O sistema repousa sobre um elemento conhecido: a pilha a combustível microbiana.
O telefone à direita foi carregado com pilhas a combustível microbianas funcionando à urina (visíveis atrás). Créditos : PCCP.
Ioannis Ieropoulos e seus colegas conseguiram produzir eletricidade usando urina como combustível. E isto não é tudo: o conceito foi utilizado para recarregar um telefone celular, o suficiente para fazer uma chamada e enviar alguns torpedos. Seguramente, são ainda requeridas melhorias antes de se considerar uma possibilidade de comercialização. Sobre o que repousa esta tecnologia? Na realidade, os testes foram feitos com dois sistemas diferentes, dos quais pilhas a combustível microbianas constituem o coração. Em sua região eletricamente negativa, estas unidades contêm microorganismos que se degradam, quando respiram em anaerobiose, moléculas carbonadas (por exemplo, açúcares), liberam elétrons. Estas cargas negativas são, então, recuperadas por um ânodo e, assim, dão nascimento a uma corrente. As MFCs (Microbial Fuel Cells) já foram diversas vezes evocadas, por que se constituem em um meio alternativo para a produção de energia a partir de águas servidas. Em compensação, fazê-las funcionar unicamente com urina é a primeira vez! Voltemos aos dispositivos experimentais. Créditos: PCCP.
Após terem recebido borras anóxicas, ricas em bactérias, os cilindros foram regularmente aprovisionados com urina, durante uma semana, sabendo-se que eles têm um conteúdo de 49 ml, mas nenhum fluxo contínuo foi estabelecido. De fato, uma bomba peristáltica foi conectada ao dispositivo (vazão de 250 microlitros por minuto). Durante os testes, o sistema cerâmico foi utilizado para recarregar uma bateria lítio-polímero, de 3,7 V e 150 mAh, que fez, em seguida, funcionar um telefone Samsung GT-E2121B, que se ilumina quando a diferença de potencial ultrapassa o limiar de 3,25 V). Aqui, dois detalhes devem ser observados: o dispositivo é particularmente barato, menos de dois euros de material, e seu tempo de vida foi estimado em vários anos. A performance ainda está longe de ser impressionante, mas demonstra a viabilidade do conceito. Tal tecnologia seria, provavelmente, bem-vinda nos países emergentes. Permitiria, então, a muitas pessoas, fácil acesso à energia elétrica, sem que precisassem ter dinheiro extra para comprar combustível. FuturaScience (Tradução - MIA). Nota do Scientific Editor - O trabalho que deu origem a esta notícia: "Waste to real energy: the first MFC powered mobile phone", é de autoria de Ioannis Ieropoulos, Pablo Ledezma, Andrew Stinchcombe, George Papanaralabos, Chris Melhuish e John Greenman, tendo sido aceito pela revista Phys. Chem. Chem. Phys., em 2013, DOI:10.1039/C3CP52889H. |
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