|
NOVIDADES
Em um futuro próximo, os computadores serão, sem dúvida, mais eficientes graças à spintrônica. Eles poderão ser menos gulosos - consumindo menos energia -, se os componentes spintrônicos também forem feitos de materiais supercondutores. Pensava-se ser isto impossível, mas, uma equipe de pesquisadores acaba de mostrar o contrário, fazendo uso de uma terra-rara, o hólmio. Há algumas décadas, uma nova eletrônica está sendo gestada. Uma de suas áreas mais ativas de pesquisa é denominada spintrônica. Através desta, não se manipula os elétrons, somente porque têm uma carga elétrica, mas também porque os mesmos têm um spin (1/2 unidade de momento angular) e um momento magnético. De fato, a mecânica quântica dota essas partículas elementares de propriedades que permitem considerá-las como uma espécie de pequenos rotores magnetizados. Colocadas em um campo magnético elas podem, então, se orientar em paralelo, ou não, a este campo. Se adotarmos uma convenção para associar a cada uma destas direções um "0" ou "1" podemos, em teoria, utilizar os elétrons para fazer memórias ou suportes para operações lógicas. A spintrônica já modificou nosso quotidiano. De fato, ela está no centro do fenômeno de magnetoresistência gigante (em inglês, GMR, para giant magnetoresistence), explorado pelas cabeças de leitura de discos rígidos, tendo permitido a miniaturização de memórias magnéticas. Acreditamos que a spintrônica tem o potencial de criar uma nova geração de computadores, ainda mais rápidos, consumindo menos energia. Este último ponto é muito importante, uma vez que se sabe que, só na Europa, os centros de tratamento de dados consomem quase 3% da energia produzida. Uma amostra muito pura de hólmio, elemento químico de símbolo Ho e de número atômico 67, é uma terra-rara que se utiliza para a fabricação de ímãs e de supercondutores. Até recentemente pensava-se que era impossível. De fato, o que torna um material supercondutor é a formação de pares de Cooper, quer seja em um supercondutor convencional ou mais exóticos como os cupratos ou, talvez, com metamateriais. Ora, em um par de Cooper tradicional, os spins dos elétrons são antiparalelos, valendo respectivamente + 1/2 e - 1/2. Como esses valores são somados, o par de Cooper se comporta como uma partícula carregada de spin nulo. É evidente que não se pode fazer spintrônica com partículas que não tenham spin. Mas existem outros pares de Cooper que estão no que é chamado estado triplete. Eles possuem um spin 1, porque os elétrons são paralelos. Físicos do Departamento de Ciência dos Materiais, da célebre Universidade de Cambridge, onde ensinam também Stephen Hawking e Michael Green, utilizaram estes pares de Cooper para fornecer uma prova da compatibilidade da supercondutividade com a spintrônica. Amostra altamente pura de hólmio, elemento químico de símbolo Ho e de número atômico 67. É uma terra-rara utilizada para a produção de imãs e supercondutores. Créditos: Wikipédia.
Futura-Sciences (Tradução - MIA). Nota do Scientific Editor - O trabalho "Evidence for spin selectivity of triplet pairs in superconducting spin valves", que deu origem a esta notícia, é de autoria de N. Banerjee, C. B. Smiet, R. G. J. Smits, A. Ozaeta, F. S. Bergeret, M. G. Blamire and J. W. A. Robinson, tendo sido publicado no periódico Nature Communications, vol. 5, Article number 3048 (2014), DOI:10.1038/ncomms4048. |
© 2001-2020 LQES - lqes@iqm.unicamp.br
sobre o lqes | políticas | link o lqes | divulgação | fale conosco