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NOVIDADES
Após ter desenvolvido um método de marcação isotópica que permite uma visualização extremamente confiável do comportamento de nanotubos de carbono no interior de organismos vivos, os pesquisadores do IBITECS (Institute of Biology and Technology Saclay), IRAMIS (Saclay Institute of Matter and Radiation) e do CNRS (Centre National de la Recherche Scientifique), centros estes situados na França, estudaram durante um ano a biodistribuição destes nanotubos em animais. Com camundongos, foi mostrado que uma pequena fração da quantidade de nanotubos inicialmente absorvidos por via respiratória puderam ultrapassar a barreira pulmonar. Foram encontrados traços dos nanotubos no fígado, baço e medula óssea. Tais resultados não podem ser extrapolados, entretanto, validam a extrema sensibilidade do método para futuros estudos sobre os efeitos eventuais destas nanopartículas sobre outros órgãos, que não os pulmões. Estrutura de nanotubos de carbono comparadas com outras estruturas carbono. Créditos: Techno-science
As equipes do CEA (Commissariat à l'Énergie Atomique et aux Énergies Alternatives) da França desenvolveram um conjunto de competências, de fato muito específicas, que permite estudar, sob diferentes ângulos, o impacto sanitário e ambiental das nanopartículas. Os pesquisadores de nanotoxicologia e de nanoecotoxicologia têm um grande desafio científico, dado que as abordagens experimentais e os conceitos são ainda emergentes, além, é claro, a prioridade societal. Tais aspectos se inscrevem no programa transversal de Toxicologia do CEA, estrutura de gestão, coordenação e animação que favorece as abordagens pluridisciplanares visando o estudo dos efeitos potenciais sobre os seres vivos de diferentes compostos de interesse industrial (metais pesados, radionuclídeos, novos produtos...). Duas equipes do IBITECS, uma equipe do IRAMIS e uma equipe do CNRS, associaram-se para estudar a biodistribuição destas nanopartículas no curso do tempo em camundongos após sua contaminação por via pulmonar. Os pesquisadores utilizaram a marcação radioativa combinada com ferramentas de radioimagiamento muito sensíveis. Desta maneira, os átomos de carbono estáveis (Carbono 12) foram substituídos por átomos de carbono radioativos no interior da própria estrutura dos nanotubos de carbono. Este método permite utilizar os nanotubos de carbono análogos em todos os aspectos daqueles produzidos industrialmente, porém marcados com Carbono 14. O uso do radioimagiamento ultrasensível permite localizar, no interior do organismo, "pequenos montes" constituídos por cerca de duas dezenas de nanotubos de carbono no animal. Apos a exposição pulmonar dos camundongos e o acompanhamento por um ano, este estudo permitiu demonstrar a passagem dos nanotubos de carbono do pulmão para diferentes órgãos, notadamente o fígado, o baço e a medula óssea. A despeito da grande eficácia dos mecanismos de eliminação, a utilização de métodos ultrassensíveis permite observar traços de acumulação antes jamais relatados. Techno-Science (Tradução MIA/OLA). |
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