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A transformação digital da Fuji foi a Química !

A Fujifilm, é um pouco a anti-Kodak. Quando o ex-gigante da fotografia colocou toda a sua energia para salvar o seu negócio de filmes fotográficos, seu desafiante japonês decidiu pensar de outra maneira para poder se colocar frente ao choque da transição das películas de prata para o digital. Eles não pensaram somente como preservar seu "velho" negócio como os americanos, mas sim quais eram suas principais competências... fazendo abstração de seu ofício.

O número 2 da fotografia com películas de prata se lançou numa introspecção para identificar, em 2004, seu "verdadeiro" core-business. Esta estratégia, denominada "Vision 75", durou cinco anos e permitiu redefinir o grupo em torno de seu know-how: domínio da tecnologia química. A Fuji compreendeu que o seu verdadeiro negócio não era a fotografia mas sim a formulação. Sua capacidade de inventar novas moléculas (ela dispõe de um catálogo de mais de 200.000 moléculas) e produzi-las de forma confiável foi e continua sendo sua melhor habilidade.

Identificada esta capacidade-chave, a Fuji se perguntou sobre qual mercado ela poderia ser aplicada. Logo foram identificados setores em crescimento como o eletrônico (tela LCD por exemplo), saúde, ciências da vida e cosmético, como alvos prioritários. Concretamente, é importante colocar que todos os investimentos de P&D do grupo (cerca de 8% do faturamento anual) estão concentrados nestas áreas, em detrimento da atividade ligada à fotografia, ou seja, a Fuji aceitou gerir o decrescimento (hoje a atividade ligada à fotografia não representa mais que 15% do volume de negócios).



O ex-competidor da Kodak conseguiu levar sua competência química e processamento de imagens para novos setores como a saúde e cosméticos.

Créditos: DR


Assim, foi reposicionando-se como uma indústria química de especialidades que a Fuji deu uma resposta ao desafio do digital. Com sucesso. O golpe de gênio da Fuji foi converter as técnicas desenvolvidas para a fotografia (tratamento de imagem, concepção de moléculas, tratamento de superfícies...) em outras aplicações. A empresa desenvolveu formulações para a cosmética, que encontramos nos cremes antienvelhecimento, graças a seu conhecimento sobre o colágeno utilizado também nas películas fotográficas. A Fuji acaba de anunciar que irá trabalhar juntamente com o Instituto de Pesquisa Bioaster no desenvolvimento de um teste de diagnóstico rápido do vírus Ebola. Aqui é seu conhecimento em processamento de imagem que será utilizado para o desenvolvimento deste dispositivo médico. E isso não é tudo. A Fuji tem em seu pipeline vários tratamentos contra a gripe, câncer da próstata e a doença de Alzheimer. Objetivo? Colocar tudo isto no mercado em 2018.

Veille technologique (Tradução MIA/OLA).


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