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Um teste de cores para identificar o vírus Ebola.

A febre Ebola fez mais de 11.200 vítimas após seu aparecimento na Guiné em dezembro de 2013. Como conseqüência da multiplicação das perspectivas de tratamento fazendo uso de vacinas, uma equipe do Massachusetts Institute of Technology (MIT), EUA, desenvolveu um teste eficaz e barato para identificar algumas doenças rapidamente, graças ao uso de nanopartículas de prata coloridas.

O resultado deste trabalho foi apresentado na 250ª. Reunião Anual da American Chemical Society (ACS), realizada em Boston (EUA), e lembra muito a um teste de gravidez. O teste permite distinguir três doenças com sintomas bastante similares: Ebola, febre amarela e dengue. Trata-se de um teste simples: retirada de aproximadamente 100 ml de sangue, por exemplo da ponta do dedo, é suficiente. “Para chegar a esse desenvolvimento foi necessário quatro anos e meio de pesquisas: foi um verdadeiro trabalho de equipe constituída de especialistas em nanopartículas, em biologia e engenharia”, precisa o Dr. Kimberly Hamad-Schifferli, responsável pela equipe.


Um código de cor

Na sua primeira versão, o teste se compõe de três linhas sobre as quais são depositados anticorpos específicos para cada doença de interesse. Os mesmos anticorpos são colocados no final do papel de teste. Eles são ligados às nanopartículas de prata, de morfologia triangular plana, cujo tamanho determina a coloração: vermelho para as nanopartículas ligadas aos anticorpos característicos do Ebola, verde para a dengue e laranja para a febre amarela.



O teste custa hoje 15 dólares e pode identificar três doenças.

Créditos: Jose Gomez-Marquez, Helena de Puig, Chun-Wan

Tomemos o caso de uma gota de sangue contendo proteínas virais da febre Ebola. Essas proteínas vão se fixar aos complexos “anticorpos Ebola-nanopartículas vermelhas” no final do papel e depois migrar por capilaridade até as linhas de teste. Quando chegam sobre a linha contendo os anticorpos específicos ao Ebola, elas se fixam, formando uma estrutura dita “sanduiche”. A linha Ebola adota, então, a coloração vermelha das nanopartículas, indicando uma contaminação. O resultado é interpretado a olho nu em poucos minutos.

“Uma etapa difícil foi de encontrar a boa química, isto é, um papel adequado, as nanopartículas adequadas, a quantidade adequada de sangue, etc.”, explicou o Dr. Kimberly Hamad-Schifferli. O teste, na verdade, dá a informação duas vezes, ou seja pela cor e pela posição da linha. Para minimizar a quantidade de sangue coletado, os pesquisadores elaboraram uma segunda versão: “Um boa solução consiste em colocar todos os testes num mesmo local, ou seja, a cor mais que a posição indica qual doença está presente, se ele estiver”. Dito de outra forma, a linha se torna vermelha, verde ou laranja segundo a doença sendo que uma mistura de cores indica uma contaminação múltipla. Trata-se de uma boa maneira de multiplicar o número de doenças detectáveis usando um único pedaço pequeno de papel.


Uma ferramenta simples

O teste não precisa nem eletricidade nem material médico complexo, o que o torna facilmente utilizável em zonas isoladas ou onde os testes clássicos não são disponíveis. A equipe do Dr. Kimberly Hamad-Schifferli, depositou uma patente, distribuiu por outro lado, gratuitamente os testes para a detecção do Ebola visando avaliar sua utilização no campo e o seu melhoramento. Os outros testes deverão ser vendidos nos próximos dois anos. Cada linha custa atualmente 5 dólares americanos, ou seja 15 dólares por teste. Espera-se, entretanto, que a produção em massa possa reduzir os custos.

Estes testes não são 100% confiáveis e nem substituem os testes clássicos, porém permitem identificar rapidamente a doença em questão e desta maneira ajudam a reduzir sua propagação.

New Press (Tradução - MIA/OLA).


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