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NOVIDADES
Cientistas captaram uma visão rápida e difícil de ser observada da forma tóxica da molécula responsável pelo mal de Alzheimer durante uma tentativa de perfurar o revestimento externo de uma célula decoy (células epiteliais com núcleos aumentados), usando um novo método que envolve a luz de um laser e nanopartículas de prata revestidas com gordura. Embora a origem da doença de Alzheimer, que priva idosos da sua memória, ainda seja muito debatida, é provável que uma forma específica da molécula beta-amilóide (responsável pela formação de placas), que é capaz de atacar as membranas das células, desempenhe um papel importante. Destruir essa molécula seria mais fácil se seu conteúdo e forma fossem melhor conhecidos, mas isso tem se provado ser, até agora, uma tarefa difícil. imagem mostra moléculas tóxicas de Alzheimer beta-amilóide aterrissando em uma membrana celular falsa, embrulhada em torno de uma nanopartícula de prata. Com a ajuda da partícula prata, um laser ilumina a molécula para revelar sua estrutura. Créditos: DebanjanBhowmik
A fechadura se parece com um conjunto de moléculas de beta-amilóide na forma de um grampo de cabelo, mas com uma torção. Debanjan Bhowmik, principal autor do estudo diz que "Suspeitava-se disto antes, mas o que encontramos foi uma torção inesperada na estrutura, tornando-se agora um beta -“grampo de cabelo”- muito diferente da estrutura típica de um grampo de cabelo que as pessoas imaginavam. Isso pode permitir que este "punhado" de moléculas de beta-amilóide formem poros tóxicos nas membranas celulares". Os resultados publicados na revista ACS Nano por uma equipe conjunta de pesquisadores do Tata Institute of Fundamental Research e Indian Institute of Science (ambos na Índia) e da University of Toronto (Canadá), desvendaram o problema que iludiu os cientistas por anos, usando uma versão modificada da Espectroscopia Raman. Eles estudaram um fraco sinal induzido por laser a partir da beta-amilóide que relatou a sua forma. Uma modificação crítica na técnica original da espectroscopia Raman permitiu a medição de fracos sinais que teriam passado despercebidos. Eles revestiram nanopartículas de prata com uma camada de gordura ("membrana") que mimetizam as membranas externas das células vivas. De acordo com o co-autor Gilbert Walker, "Enquanto a beta-amilóide for enganada por ela e presa à membrana, a prata no interior intensifica o sinal para um nível mensurável e age como um farol de luz para revelar o peptídeo". Esta técnica promete decifrar a forma de muitas das moléculas da membrana, sendo que algumas podem ser ligadas, inclusive, a outros tipos de doenças. Cada equipe de pesquisa trouxe algo diferente para a mesa, como relatou Jaydeep Basu, um dos líderes da equipe: "É um grande exemplo de como a ciência contemporânea rompe todas as barreiras e une as pessoas por puro amor a ciência e na busca do desconhecido!" Espera-se que a procura da chave para resolver a doença de Alzheimer tenha dado um passo avante com este achado. Tata Institute of Fundamental Research (Tradução - ACM). |
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