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Tecnologia baseada em chip permite detecção direta e segura do vírus Ebola.

O sistema utiliza a detecção óptica direta de moléculas virais e pode ser integrado em um instrumento simples e portátil para utilização em situações de campo em que é necessária a detecção rápida e precisa de infecções por Ebola, ponto fundamental para o controle de surtos.

Os testes laboratoriais que utilizam preparações de vírus Ebola e outros vírus que causam febre hemorrágica mostraram que o sistema tem sensibilidade e especificidade necessárias para fornecer um ensaio clínico viável.



O dispositivo híbrido é integrado por um chip microfluídico para a preparação da amostra e um chip optofluídico para a detecção óptica de moléculas individuais de RNA viral.

Créditos: Joshua Parks


Um surto do vírus Ebola na África Ocidental já matou mais de 11.000 pessoas desde 2014, com novos casos ocorridos recentemente na Guiné e Serra Leoa. O padrão “ouro” atual para a detecção do vírus Ebola depende de um método chamado de Polymerase Chain Reaction (PCR) que amplifica o material genético do vírus para a detecção. Como o PCR funciona em moléculas de DNA e o Ebola é um vírus de RNA, a enzima transcriptase reversa é utilizada para fazer cópias de DNA do RNA viral antes da amplificação por PCR e detecção.

"Comparado com o nosso sistema, a detecção por PCR é mais complexa e exige uma estrutura laboratorial," disse o autor sênior Holger Schmidt, professor de optoeletrônica na UC Santa Cruz. "Estamos detectando os ácidos nucléicos diretamente, e atingimos um limite de detecção comparável ao PCR e com excelente especificidade."

Em testes de laboratório, o sistema forneceu detecção sensível do vírus Ebola, enquanto que não deu positivo em testes com dois vírus relacionados, vírus do Sudão e vírus de Marburg. Ensaios com diferentes concentrações de vírus Ebola demonstraram quantificação exata do vírus ao longo de seis ordens de grandeza. A adição de uma etapa de "pré-concentração" durante o processamento da amostra no chip microfluídico ampliou o limite de detecção muito além daqueles alcançados por outras abordagens ‘chip-based’, cobrindo uma faixa comparável à análise por PCR. "As medidas foram realizadas em concentrações clínicas, abrangendo toda a faixa que seria observada em uma pessoa infectada", disse Schmidt.

O laboratório de Schmidt na UC Santa Cruz trabalhou com pesquisadores da Brigham Young University e UC Berkeley para desenvolver o sistema. Virologistas do Texas Biomedical Research Institute em San Antonio prepararam as amostras virais para os testes.

O sistema combina dois pequenos chips, um chip microfluídico para preparação de amostras e um chip optofluídico para detecção óptica. Por mais de uma década, Schmidt e seus colaboradores têm trabalhado no desenvolvimento de tecnologias de chips optofluídicos para análise óptica de moléculas individuais à medida que passam através de um pequeno canal cheio de fluido no chip. O chip microfluídico para o processamento de amostras pode ser integrado com uma segunda camada ao lado ou na parte superior do chip optofluídico.

O laboratório de Schmidt projetou e construiu o chip microfluídico em colaboração com o coautor Richard Mathies da UC Berkeley que foi pioneiro nesta tecnologia. O chip é feito de um polímero à base de silício, polidimetilsiloxano (PDMS), e tem microválvulas e canais fluídicos para transportar a amostra entre os nós das várias etapas de preparação da amostra. As moléculas-alvo, - neste caso, o RNA do vírus Ebola -, são isoladas através da ligação a uma sequência de DNA sintético correspondente (chamado de oligonucleotídeo) ligado a microgrânulos magnéticos. Estes microgrânulos são coletados com um ímã, as biomoléculas não-alvo são retiradas, e os alvos ligados são então liberados por aquecimento, marcados com marcadores fluorescentes e transferidos para o chip optofluídico para detecção óptica.

Schmidt destacou que a equipe ainda não foi capaz de testar o sistema de partida com as amostras de sangue bruto. Isso vai exigir etapas adicionais de preparação de amostras, e também terá que ser feito em uma instalação com nível de biossegurança 4. "Estamos agora construindo um protótipo para trazer para a instalação do Texas para que possamos começar com uma amostra de sangue e fazer uma análise completa de frente para trás", disse Schmidt. "Também estamos trabalhando para usar o mesmo sistema para detecção de patógenos menos perigosos e fazer a análise completa aqui na UC Santa Cruz."

University of California - Santa Cruz (Tradução - ACM).


Nota do Scientific Editor - O trabalho que deu origem a esta notícia de título: "Optofluidic analysis system for amplification-free, direct detection of Ebola infection", de autoria de H. Cai, J. W. Parks, T. A. Wall, M. A. Stott, A. Stambaugh, K. Alfson, A. Griffiths, R. A. Mathies, R. Carrion, J. L. Patterson, A. R. Hawkins and H. Schmidt, foi publicado no Scientific Reports, vol. 5, Article number 14494 (2015), DOI:10.1038/srep14494.


Assuntos Conexos:

Um teste de cores para identificar o vírus Ebola.


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