|
NOVIDADES
A convite da Associação Americana para o Avanço da Ciência (AAAS), a presidente da SBPC, Helena B. Nader, proferiu ontem (11/02) duas palestras durante a Reunião Anual da entidade, que está sendo realizada em Washington, EUA, entre os dias 11 e 15 de fevereiro. No horário do almoço, Nader fez uma apresentação sobre a evolução da ciência no Brasil, desde o início de sua institucionalização até os dias de hoje. Em seu discurso, ela falou sobre a criação e desenvolvimento de universidades e centros de pesquisa, o investimento na formação de recursos humanos, a cooperação internacional, a interdisciplinaridade, e discorreu sobre as principais políticas públicas na área de CT&I. Essa palestra foi apresentada a um grupo seleto de membros dirigentes da reunião da AAAS (Board Meeting), entre eles, a presidente da entidade, Geraldine Richmond, e a presidente emérita do MIT, Cynthia Beall, além de outras autoridades do mundo acadêmico norte-americano. Cartaz da Reunião Anual Associação Americana para o Avanço da Ciência (AAAS), 2016 Créditos: AAAS
Em sua palestra, a presidente da SBPC discorreu sobre a experiência brasileira com diásporas e mobilidade de cientistas, tanto sobre a residência de brasileiros em universidades e centros de pesquisa de outros países, como também a presença de pesquisadores e professores universitários estrangeiros no Brasil. Nader lembrou que as principais universidades brasileiras evoluíram com a presença marcante de professores e pesquisadores visitantes estrangeiros, que a partir das primeiras décadas do século passado lecionaram e organizaram grupos de pesquisa em várias instituições do País. Também salientou que a formação de recursos humanos na área acadêmica deveu-se, em grande parte, à colaboração estabelecida entre cientistas brasileiros e parceiros em outros países, sobretudo nos Estados Unidos, Canadá, França, Inglaterra, China, entre outros. O Brasil também foi palco de diásporas de cientistas causadas por guerras e governos opressores. Nader comentou que, durante a 2ª. Guerra Mundial, muitos cientistas judeus vieram para o Brasil e se estabeleceram no País, onde foram recebidos nas universidades e centros de pesquisa, sobretudo no Estado de São Paulo. Também lembrou que durante o governo militar, entre 1964 e 1984, muitos professores e cientistas brasileiros foram forçados a deixar o País, pois estavam sendo perseguidos por suas posições políticas contrárias à ditadura em vigor. Felizmente, com o advento de um governo democrático, a maioria retornou e passou a ter papel de protagonismo na ciência, na economia e na política brasileira. A presidente da SBPC mostrou aos participantes do fórum NODES que a residência de cientistas brasileiros em outros países têm promovido diversas ações colaborativas e de intercâmbio. Exemplos são os grupos de diáspora criados na região de Boston, em Massachussetts, que já reúne cerca de 300 pesquisadores brasileiros residentes e engajados em universidades locais. Aqui no Brasil, em 2014, a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), criou a Rede Diáspora do Brasil, com o objetivo de estruturar uma rede colaborativa de profissionais brasileiros como engenheiros, professores, e cientistas, de modo a fomentar novos projetos em áreas intensivas do conhecimento e da tecnologia. O envolvimento da SBPC com a AAAS tem se intensificado ao longo dos últimos anos, desde que foi criado um grupo de entidades coirmãs de diversos países além do Brasil e dos Estados Unidos. A cada ano, os dirigentes das sociedades nacionais participam de reuniões em diferentes países, onde têm a oportunidade de compartilhar experiências e estabelecer parcerias. Representantes da AAAS, da EuroScience, e de outros países têm participado das reuniões anuais da SBPC nos últimos quatro anos. Informações sobre a reunião anual da AAAS podem ser acessadas aqui. SBPC. Nota do Manager Editor - Esta matéria foi primeiramente veiculada no Jornal da Ciência de 13 de fevereiro de 2016, e é de autoria de Fabíola de Oliveira. A ilustração apresentada não faz parte da matéria original e foi incluída pela editoria do Boletim LQES. |
© 2001-2020 LQES - lqes@iqm.unicamp.br
sobre o lqes | políticas | link o lqes | divulgação | fale conosco