|
NOVIDADES
O Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), vai investigar a interação do vírus zika no corpo humano por meio do sequenciamento de cultivos de células humanas de diferentes tecidos considerados alvos potenciais de infecção, como neurônios e células-tronco de cordão umbilical. Contemplado em chamada pública lançada em março pelo ministério com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), o LNCC vai investir cerca de R$ 1,8 milhão no projeto SaiZika. O supercomputador Santos Dumont será usado nas pesquisas. Créditos: Divulgação/CNPEM
Esta abordagem permitirá traçar um perfil da alteração metabólica provocada pelo zika. O estudo tem o intuito de identificar polimorfismos em genes codificantes humanos e estabelecer uma rede de genes de hospedeiros que sofreram mutações em pacientes infectados pelo vírus. "Queremos saber quais são os genes que aparecem numa célula e as suas redes metabólicas. Isso pode ser um alvo importante para uma terapia, para estudos mais detalhados, até mesmo para o desenvolvimento de vacinas", afirma a pesquisadora. Cerca de 60% do valor recebido pelo LNCC na chamada será aplicado na compra de uma máquina de última geração. "Vamos investir cerca de R$ 1 milhão em um equipamento sequenciador que não tem no Rio de Janeiro. No Brasil, existem apenas duas máquinas capazes de fazes as análises dessas células com velocidade e custo menor. O resto do dinheiro será usado para comprar reagentes para o projeto. No primeiro momento, estamos colaborando com a Fundação Oswaldo Cruz [Fiocruz], mas qualquer grupo de pesquisa do país que possua células que necessitem ser sequenciadas poderá utilizar o equipamento, desde que forneça os reagentes", diz Ana Tereza. "Mais ainda, serão avaliados também os exomas [fração de genoma que codifica os genes do organismo] de pessoas infectadas com zika que possuem síndromes, tais como, Turner, Ataxia, Chiari e Telangiectasia. Neste contexto, avaliaremos a influência da genética na infecção por zika. Adicionalmente, infecções virais podem alterar o perfil transcricional das células", explica. "Somos um laboratório de bioinformática e de genômica computacional que trabalha de forma contínua, que vai desde sequenciamento até o desenvolvimento de ferramentas de bioinformática que podem analisar não só a zika, mas também outras arboviroses [doenças transmitidas por insetos] que a gente não tem muito conhecimento e vem provocando surtos pelo país. Usamos o Santos Dumont para essas e outras análises o que torna mais eficaz e ágil o trabalho", garante Ana Tereza. MCTIC. Vírus Zika: em "um ano" um ensaio clínico francês para uma vacina. |
© 2001-2020 LQES - lqes@iqm.unicamp.br
sobre o lqes | políticas | link o lqes | divulgação | fale conosco