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Nova tecnologia reduz efeitos colaterais da quimioterapia.

O trabalho foi publicado no New Journal of Chemistry e apresentado em congressos internacionais realizados em Portugal e no Rio de Janeiro. A universidade depositou a patente junto ao INPI – Instituto Nacional de Propriedade Industrial – e busca empresas interessadas em fazer parcerias para estudos e futura produção.


Fonseca (esq) e Alves, da Unicamp.

Créditos: LQES


A inovação é resultado do trabalho de mestrado em Química de Leandro C. Fonseca, desenvolvido em dois anos, com orientação do Prof. Dr. Owaldo Luiz Alves, e participação de Amauri Jardim de Paula, na época químico pesquisador da Unicamp e hoje doutor da Universidade Federal do Ceará, e Diogo Stéfani T.Martinez, então biólogo pesquisador da Unicamp e agora pesquisador doutor do Laboratório Nacional de Nanotecnologia, LNNano, do Centro Nacional de Pesquisas em Energia e Materiais(CNPEM)

Leandro Carneiro Fonseca, hoje doutorando em Química, explica que o fármaco usado na quimioterapia não é solúvel em água, componente de 92% do sangue. Por isso, é necessário uma quantidade grande de medicamento para atingir as células comprometidas.

Com a nova tecnologia, o fármaco, em menor quantidade, é transportado até as células doentes com a ajuda da sílica. “De uma maneira muito simplória, apenas para ilustrar, é como se a nanopartícula de sílica fosse um carro que transporta de maneira mais eficiente o fármaco até a célula, sem que haja desperdício no percurso. Isso ocorre porque o nanocarro é solúvel no sangue e seu interior, onde o fármaco está contido, é hidrofóbico, permitindo a elevada retenção do quimioterápico. Dessa forma, é usada uma menor quantidade de fármaco porque a substância chega na quantidade adequada para o tratamento”, explica o pesquisador.

Nesse procedimento, não é necessário usar solventes tóxicos e não há efeitos colaterais. Outro benefício, destacado por Fonseca, é que as nanopartículas são peguiladas, isto é, possuem polietilenoglicol, que ficam como fios de cabelo em seu entorno e conseguem desviar as células brancas, que identificam corpos estranhos no sangue. “O uso desse polímero permite que as nanopartículas consigam desviar dessas células, aumentando a probabilidade de não serem detectadas, podendo circular por mais tempo no sangue e assim otimizar o tratamento”, esclarece.

A nova técnica, porém, ainda demora a chegar aos pacientes. Fonseca afirma que para tratamentos oncológicos são necessários pelo menos de 8 a 10 anos de testes laboratoriais, que passam por estudos, ainda em vitro, com modelos animais, isto porque há diferentes tipos de câncer e é fundamental a realização de testes toxicológicos. “Com a patente, poderemos entrar com os pedidos junto à Anvisa para a realização das diferentes fases, até chegarmos a humanos. Vencida esta etapa com sucesso e com definições das doses, é que poderemos ter formulações contendo as nanopartículas desenvolvidas em laboratório na forma de um produto final”, diz o pesquisador. Ele ressalta que empresas interessadas em explorar a tecnologia podem continuar ou complementar os estudos toxicológicos em seu centro de P & D e, ainda, testa-las em aplicações diferentes da antitumoral. O licenciamento está a cargo da agência de inovação Inova, da Unicamp.

O Inca (Instituto Nacional de Câncer) aponta a ocorrência de 596.070 novos casos de câncer apenas neste ano no Brasil, de acordo com o último levantamento divulgado. Nos homens, os casos mais comuns são de próstata, traqueia, brônquios, pulmão, cólon e reto. Nas mulheres, aparecem nas mamas, cólon, reto e colo do útero.

Experience News. Posted: Oct 09, 2017.


Nota do Scientific Editor: Os resultados deste projeto estão associados ao Instituto Nacional de C,T&I em Materiais Complexos Funcionais (INOMAT) e Laboratório de Síntese de Nanoestruturas e Interação com Biossistema (NanoBioss/SisNano), financiados pelo CNPQ, Fapesp e MCTIC e sediados no Instituto de Química da Unicamp.



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