|
NOVIDADES
Essa preocupação vem permeando a agenda de diversos organismos internacionais, como o Fórum Econômico Mundial, o G20 (grupo das maiores economias do mundo) e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O documento elenca como objetivo geral da estratégia “aproveitar todo o potencial das tecnologias digitais para alcançar o aumento da produtividade, da competitividade e dos níveis de renda e emprego por todo o país, visando à construção de uma sociedade livre, justa e próspera para todos”. Transformação Digital. Créditos: Ciberia/Ag. Brasil
A produtividade e o desempenho econômico estariam assentados, assim, na capacidade de coletar, processar e extrair valor a partir do cruzamento dessas informações. Isso é facilitado pela intensificação da atividade de usuários no ambiente online, com publicações e interações cada vez maiores e mais ágeis. O caminho rumo a esse novo modelo passaria, segundo o documento, pela atração de centros de dados (data centers) para o Brasil, aprimoramento da política de dados abertos do governo, fomento do uso de computação em nuvem na administração pública e pela cooperação entre entes públicos e privados para apoiar a adoção de tecnologias de coleta e processamento de dados (Big Data) e de inteligência artificial no país. O documento traz uma previsão do Parlamento Europeu segundo a qual até 2020 haverá 30 bilhões de dispositivos conectados no mundo. Este ambiente, que ganhou o nome de Internet das Coisas, poderia ter um impacto de até R$ 36,5 trilhões em todo o mundo até 2025. Para caminhar rumo a esse modelo, a estratégia coloca a necessidade de se aprovar o Plano Nacional de Internet da Coisas, elaborado pelo Ministério da Ciência, Tecnologias, Inovação e Comunicações (MCTIC) e fomentar a adoção de dispositivos em quatro setores prioritários: saúde, agropecuária, indústria e cidades inteligentes. A participação do Brasil nesta economia é como consumidor, uma vez que há poucas plataformas nacionais com grande base de usuários. No país são mais populares plataformas como WhatsApp, Facebook, Youtube, Google, Mercado Livre, Apple Store e Google Play. Mas, dada a grande penetração desses agentes, que atingem um contingente muito grande entre os internautas, a estratégia traz a importância de garantir nas plataformas algumas diretrizes, como o respeito aos direitos dos usuários (especialmente no que tange às decisões automatizadas por algoritmos), transparência, promoção da concorrência e combate a práticas anticoncorrenciais entre a plataforma e o consumidor ou entre aquela e um prestador de serviço. O documento indica a necessidade de políticas de incentivo a empresas para adoção desses recursos e adaptação de suas linhas de produção. O texto destaca que a adoção deve se dar não apenas na indústria mas também na agropecuária e nos serviços, outros dois segmentos com participação expressiva no PIB nacional. Isso faz com que sejam necessárias políticas públicas para assegurar a universalização da disponibilidade de infraestrutura e da conexão à web, como o uso das obrigações dos contratos de concessão e nas licitações de radiofrequência para instituir metas de investimento na expansão das redes. O foco dessa área deve estar nas chamadas “tecnologias habilitadoras”, que podem ser usadas em qualquer tipo de indústria, como biotecnologias, tecnologias da informação e da comunicação e materiais avançados. Outro segmento que deveria ser estimulado é o de sensores, redes de alta velocidade, aplicativos e softwares, além de coleta e processamento de dados (Big Data) e inteligência artificial. O documento sugere ações de governo para expandir o financiamento no setor. Além disso, a ampliação de dispositivos conectados com a chamada Internet das Coisas traz riscos uma vez que há dúvidas quanto à condição de todos esses aparelhos terem sistemas que impeçam roubos ou vazamentos de informações. Diante deste quadro, o documento defende a aprovação de uma lei específica de proteção de dados pessoais, instituindo uma autoridade nacional para fiscalizar as obrigações previstas nessa norma, e a adoção de padrões tecnológico focados em privacidade e segurança. A estratégia também recomenda a edição de uma política nacional de segurança cibernética, a consolidação de um marco legal com novos instrumentos para investigação no ambiente digital e a implantação de planos nacionais de prevenção e combate a ameças cibernéticas. Para fomentar um conhecimento maior do funcionamento das tecnologias, a estratégia sugere priorizar competências associadas ao “pensamento computacional”, formular uma nova política que expanda o uso de TICs em sala de aula, ampliar a conectividade das escolas públicas, em especial aquelas na área rural e aprimorar a formação de professores, incluindo o domínio destas novas tecnologias. Ciberia. Agência Brasil. Posted: Mar 24, 2018. |
© 2001-2020 LQES - lqes@iqm.unicamp.br
sobre o lqes | políticas | link o lqes | divulgação | fale conosco