|
NOVIDADES
Os efeitos do contingenciamento nas áreas da educação, ciência, tecnologia e inovação foi o ponto comum nas palestras e debates do Fórum Nacional do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap) realizado em João Pessoa(PB), nos dias 6 e 7 de junho. A equipe do Nossa Ciência acompanhou, na capital paraibana, os representantes de 26 fundações, do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), agências nacionais de fomento, organismos internacionais e autoridades estaduais, favoráveis ou não as ações do governo federal, nas discussões de como avançar e continuar a fazer ciência no Brasil. Evaldo Vilela, presidente do Confap discursa na abertura do Fórum, em João Pessoa. Créditos: Mônica Costa
Como representante do ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações Marcos Pontes, o secretário de Políticas para Formação e Ações Estratégicas do MCTIC, Marcelo Morales, lembrou que sem ciência não há soberania e desenvolvimento social. Segundo ele, as FAPs são pilar importante do Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação no fomento à pesquisa. “Para o governo federal, essa parceria com o Confap e os governos estaduais é muito importante, principalmente no momento de crise que estamos passando no País”, destacou Para o governador da Paraíba, João Azevedo Lima Filho, presente à solenidade de abertura do evento o estado vem passando por uma reestruturação desde 2011, principalmente na Educação, que deve ser encarada como um sistema contínuo e integrado. “No nosso estado a Educação é vista como um sistema desde a Educação Básica até o Ensino Superior. Essa meta inclui parcerias com os municípios com diferentes programas de fortalecimento para professores e alunos”, ressaltou. Com a desigualdade na distribuição de recursos, os estados tem que fazer ajustes duros para manter o crescimento. O anfitrião do evento, o presidente da Fundação de Ampara à Pesquisa da Paraíba (Fapesq), Roberto Germano Costa, destacou os últimos lançamentos feitos pelo governo do estado, por meio da Fundação. De acordo com Germano, foram R$ 31 milhões investidos como marco dos primeiros meses de governo. “A Paraíba começou a entender que educação, ciência, tecnologia e inovação são indissociáveis”, destacou. O secretário do MCTIC, Marcelo Morales, pontuou que as ações do Ministério têm sido baseadas na Estratégica Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação 2016-2022 (ENCTI) e que, apesar dos investimentos em ciência terem registrados queda desde 2014, há ações em andamento. Ele destacou os programas Ciência na Escola e de infraestrutura de pesquisa, que foram colocados como prioridade pelo ministro Marcos Pontes. Marcelo Camargo do Departamento de Fomento a Interação entre Ciências Aplicadas e Inovação (DICI), da Finep, defendeu a necessidade de investimentos como política de Estado e afirmou que o pesquisador não se comunica com a sociedade. “De forma geral, a academia, o pesquisador falha na comunicação com a sociedade. É preciso sair do papel apenas de pesquisador e comunicar com categoria e qualidade sobre as pesquisas, os estudos que vem sendo feitos”, opinou. Para Camargo a academia pouco discute o sistema financeiro do Brasil. Segundo ele, é preciso fazer com que os pesquisadores cheguem às empresas, ao mercado produtivo. “Em alguns países da Europa a dificuldade é justamente o inverso: manter o pesquisador dentro das universidades”, relatou. Representando a Capes, a coordenadora de Programas Estratégicos, Priscila Cagni, apresentou a atual situação de contingenciamento da agência e as ações feitas para minimizar impactos nos programas desenvolvidos, sobretudo com as FAPs. Segundo ela, o objetivo das ações é garantir o pagamento de todos os bolsistas ativos. De acordo com a coordenadora, o total de bolsas congeladas (nos níveis de mestrado, doutorado e estágio pós-doutoral) de todo o país é de 3.574, sendo 602 do Nordeste e 217 da região Norte. Com esse congelamento a Capes prevê uma economia de R$ 53.278.400,00 para 2019. “A economia de recursos será sentida ao longo do tempo, não imediatamente”, concluiu Priscila Cagni. O presidente do CNPq, João Luiz Filgueiras de Azevedo apresentou a atual situação da agência e pontuou os impactos que podem ser sentidos em ações desenvolvidas com as Fundações de Amparo à Pesquisa. Segundo o presidente, também estão sendo feitos estudos sobre alternativas de ampliação de recursos privados para a promoção de ações. Já o representante da Finep, Marcelo Camargo, respondeu que a agência está levando a questão regional muito a sério. “Por exemplo nos editais, estamos tendo uma visão mais descentralizada”, apontou. Ele alertou, no entanto, que os Planos Estaduais de Inovação devem ser bem feitos, com os estados definindo o que é prioridade. Os presidentes das 26 Fundações de Amparo à Pesquisa também se ocuparam de pautas internas e deliberações. E ao final do encontro foi anunciado que o próximo Fórum do Confap será realizado nos dias 22 e 23 de agosto, em São Paulo (SP), com organização da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). NossaCiência. Posted: Junho 10, 2019. |
© 2001-2020 LQES - lqes@iqm.unicamp.br
sobre o lqes | políticas | link o lqes | divulgação | fale conosco